Santa Catarina
TJ mantém prisão de delegada condenada por falsidade
Ela foi condenada por falsidade ideológica e acabou ficando famosa por proibir beijos na delegacia e por dirigir embriagada
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
A delegada Lívia Marques da Motta, que teve polêmicas passagens nas delegacias de Barra Velha e Jaraguá do Sul, teve a prisão mantida pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Ela foi condenada por falsidade ideológica ao fraudar o cartão-ponto da delegacia de Seara em 2018. Como estava viajando no dia do plantão, para justificar a falta, acabou fraudando o documento que comprova o dia de trabalho na delegacia de polícia.
O desembargador Norival Acácio Engel manteve a sentença de primeiro grau, que determinou a prisão da delegada que atuava na polícia Civil da cidade de Seara, no oeste do estado. Na análise do recurso, a pena por falsificação foi reduzida para um ano, sete meses e um dia de reclusão, em regime semiaberto.
O desembargador ainda absolveu a delegada do crime de prevaricação, que é quando o funcionário público deixa de exercer ato inerente ao cargo em benefício pessoal.
De acordo com a denúncia, a delegada decidiu por telefone sobre a prisão em flagrante em seu turno de trabalho. Ela estava viajando durante o expediente no dia 5 de novembro de 2018.
O crime de falsidade ideológica ocorreu porque ela apresentou cartão-ponto preenchido com expediente das 12h às 19h no dia da ocorrência. A delegada ainda afirmou, em ofício entregue à justiça em 25 de fevereiro de 2019, que atendeu pessoalmente o acusado e a vítima – o que não se confirmou no processo porque ela estava mentindo.
Nada de beijos
Além da condenação por falsidade ideológica, a delegada causou polêmica nas delegacias onde passou entre 2013 e 2015. Em Barra Velha, ela emitiu um ofício proibindo beijos e abraços dentro da delegacia. Os funcionários que desrespeitassem a regra poderiam ser punidos.
Em Campos Novos, a delegada aguarda julgamento por perturbação da ordem, desacato à autoridade, causar danos ao patrimônio e dirigir embriagada. Em Jaraguá do Sul, ela respondeu por prevaricação, falsificação de documentos públicos e também foi flagrada dirigindo embriagada.