PIB catarinense
Riquezas naturais e econômicas elevam Itajaí ao topo
Cidade virou uma referência
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A cidade de Itajaí constitui hoje uma referência econômica tanto no estado de Santa Catarina quanto no Brasil. Isso porque o município conta com um dos principais portos pesqueiros do país - liderando a captura e manipulação de pescados - e abriga um complexo portuário responsável pela segunda maior movimentação de contêineres. Aliado a isso, a localização estratégica e a diversidade econômica garantem para Itajaí a segunda colocação no Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina.
A realidade econômica da cidade apresenta ótimos indicadores de crescimento econômico com desenvolvimento sustentável, tendo como eixo principal o porto. E, mesmo com a pandemia, as exportações se destacam. “Estamos aproveitando as oportunidades. Isso é riqueza para o município e para a região”, afirma o professor Jairo Romeu Ferracioli, mestre em Relações Econômicas e Sociais Internacionais.
O prefeito Volnei Morastoni destaca que Itajaí é a cidade mais populosa da região e concentra o maior desenvolvimento econômico, com acentuada qualidade de vida para seus habitantes. “Somos também referência para Região da Foz do Rio Itajaí-Açu e para outros municípios que se avizinham”. De acordo com o chefe do executivo municipal, muitas pessoas vêm morar aqui em busca de mais oportunidades e moradores de municípios vizinhos trabalham em Itajaí ou a consideram um lugar apropriado para fazer negócios ou lazer.
O secretário executivo da Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí-Açu (Amfri), Célio Bernardino, salienta que a localização geográfica aliada a atributos - como a movimentação econômica e indicadores de desenvolvimento -, conferem a Itajaí o papel natural para atuar como polo regional. “Sem dúvida, a força de sua atividade econômica é o motor da geração de empregos e renda na região”, diz Bernardino. Para ele, o desenvolvimento do município pode ser percebido pelo seu forte crescimento populacional e pela paisagem urbana que se transformou ao longo dos anos de forma equilibrada, tornando a cidade ainda mais atrativa.
“Itajaí tem força política e econômica e está preparada para assumir cada vez mais um papel de liderança regional, estadual e nacional”, afirma Paulo Bornhausen, presidente do Conselho Consultivo e idealizador do InovAmfri, projeto regional que prevê o planejamento do desenvolvimento econômico e social dos municípios, que compõem a Amfri, com a participação do Governo do Estado. Bornhausen ressalta como importante diferencial a força da atividade econômica, capaz de gerar empregos e renda, além de arrecadar impostos suficientes e necessários para realizar investimentos estruturantes que promovam o desenvolvimento regional. Além disso, destaca que o município tem um polo universitário importante e, em breve, receberá um campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no Centro Regional de Inovação.
O prefeito Morastoni reforça que, mesmo com a pandemia, que deixou o mundo de joelhos, Itajaí continua gerando emprego e renda. “É uma cidade que não parou de investir em infraestrutura, apesar das dificuldades do último ano”. Ele concorda que a privilegiada condição geográfica de Itajaí, no encontro do rio com o mar, é um diferencial estratégico. “Temos em consonância as riquezas econômicas e naturais. Somos a cidade do porto, da pesca, da construção naval, das praias e, principalmente, de um povo trabalhador e hospitaleiro”.
“Somos a cidade do Porto”
Hoje mais de 70% da economia de Itajaí provém de forma direta ou indireta das atividades logística e portuária. “O porto e a cidade se completam. Não tem como separar um do outro, pois somos a cidade do Porto”, resume Heder Cassiano Moritz, diretor geral de Operações e Logística. Em abril deste ano, o complexo movimentou US$ 1,6 bilhão em cargas de importação e exportação, respondeu por 57,9% da corrente de comércio do Estado e por 3,8% da corrente de comércio do país. Para Moritz, os números falam por si.
O Complexo Portuário é um dos mais modernos, especialmente, após a conclusão das obras da nova bacia no início do ano passado. Conforme Maria Tereza Bustamante, presidente da Câmara de Comércio Exterior da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), essa reforma permite a manobra e a evolução de navios de última geração, com mais de 300 metros de comprimento e 48 metros de largura. Ela destaca a importância do porto itajaiense para o escoamento da agroindústria catarinense, especificamente do setor de proteína animal, e sua adequação à demanda do comércio internacional: modernidade das instalações e desembaraço aduaneiro rápido e ágil.
Egídio Antonio Martorano, gerente para assuntos de transporte, logística, meio ambiente e sustentabilidade da Fiesc, confirma que se trata de um importante polo logístico não só para o sul, mas para todo o Brasil, consideradas suas particularidades, sua história e sua vocação explícita para a movimentação de cargas de valor. “O polo se coloca como um dos mais importantes complexos portuários da América do Sul”, assegura Martorano.
O prefeito Volnei Morastoni acrescenta que o Porto de Itajaí, que desempenha o papel de Autoridade Portuária para o Complexo, tem sua gestão municipalizada. “Fomos o primeiro porto brasileiro delegado ao município e o modelo de gestão deu muito certo. Estamos agora em tratativas com a União para garantirmos a continuidade dessa delegação”. As tratativas vêm ocorrendo há alguns anos, uma vez que o convênio expira em 2022, podendo ser renovado por mais quase três décadas.