Última homenagem
Cinzas de China serão jogadas na Beira Rio
Cerimônia será às 16 horas de sexta-feira; flanelinha era muito querido
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
A família de Jaime "China" Nunes, 68 anos, o flanelinha mais popular da avenida Beira Rio, em Itajaí, organizou uma última homenagem.
Ele, que faleceu dormindo no último domingo, teve o corpo cremado, e vai ter os restos mortais para sempre no Saco da Fazenda. “Suas cinzas serão jogadas na baía da Beira Rio, no trecho em frente aos restaurantes, conforme sua vontade. Faremos seu último desejo”, conta a sobrinha Joice Alessandra Nunes.
China trabalhou durante décadas cuidando de carros, como flanelinha, nas proximidades dos bares e restaurantes da avenida.
A cerimônia será às 16h de sexta-feira e poderá ser acompanhada por todos, já que será ao ar livre. “De certa forma alegra nosso coração saber o quanto ele era querido. Uma pessoa tão simples, mas tão respeitada e adorada por tantas pessoas”, comenta a sobrinha.
Joice conta que China não era casado e não tinha filhos. Ele deixou a mãe de 99 anos, irmãos e sobrinhos que ele ajudou a criar. “Ele considerava, nós, os sobrinhos, como seus filhos, e tinha muito orgulho da gente. Ele teve grande importância em nossa infância e com o trabalho de flanelinha ajudou a pagar os nossos estudos”, contou Joice.
China, que saudava a as mulheres de maneira carinhosa, com um divertido “Bonjour, mademoiselle,” contava aos motoristas que o dinheiro que faturava como flanelinha ajudou a “formar dois filhos”.
“Ele nos ajudava pagando livros, material escolar. Nossa família sempre foi simples, mas todos nos encaminhamos na vida e éramos motivo de muito muito orgulho pra ele”, explica Joice, que hoje é comerciante. O irmão de Joice concluiu um curso de inglês, também, graças a ajuda do tio querido.