O número é de assustar. Em média, uma pessoa foi executada por semana em Itajaí durante o primeiro semestre deste ano. Foram, ao todo, 27 mortes violentas na cidade, registradas oficialmente entre 1º de janeiro e 30 junho, quinta-feira da semana passada. E não pense que os crimes são problemas só da periferia. Eles se espalharam por 14 regiões da cidade. Temos problemas de criminalidade no bairro Itaipava, no São Vicente e até no Limoeiro, exemplifica Carlos Ely, secretário de Segurança da prefa peixeira.
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Se você ficou espantado com esses números, então se prepare pra outra informação que demonstra o nível de insegurança que paira sobre Itajaí. Das execuções que rolaram no primeiro semestre, 80% ...
Se você ficou espantado com esses números, então se prepare pra outra informação que demonstra o nível de insegurança que paira sobre Itajaí. Das execuções que rolaram no primeiro semestre, 80% delas foram cometidas com armas de fogo. Um dado que faz com que até as próprias autoridades da segurança pública na cidade coloquem em dúvida a campanha que o governo federal promove pelo desarmamento da população. Questiono a campanha porque a população honesta se desarma e o bandido não, lasca o tenente coronel Atair Derner Filho, comandante do 1º Batalhão da polícia Militar, de Itajaí.
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A lógica do coronel é mesma do secretário Carlos Ely. Não posso compreender como a campanha de desarmamento vá diminuir os homicídios. Não vejo uma relação, a não ser nos casos de crime passional, diz o abobrão da Segurança. Pra eles, bandido não entrega arma pra polícia. Esse pessoal não participa de campanha. A campanha atinge a pessoa honesta, argumenta o estrelado da PM.
O delegado Allan Pinheiro de Paula, responsável pelos casos de homicídios da divisão de Investigações Criminais (DIC) de Itajaí, tem opinião diferente. Pra ele, as estatísticas nacionais mostram que a campanha de desarmamento tem ajudado na diminuição dos assassinatos. Ele lembra que, em 2003, quando a campanha foi lançada, o Brasil tinha oficialmente 51.043 homicídios. Quatro anos depois, o número passou para 47.707, uma queda de 6% nos índices.
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Onde mais se matou
Cordeiros foi o bairro onde mais se registraram execuções. Seis, no total, três delas por broncas relacionadas a drogas. A região do Matadouro, que fica entre o chique bairro Ressacada e o centro da cidade, vem em segundo lugar. Foram três assassinatos, um comprovadamente por envolvimento com o tráfico.
Os outros bairros ou regiões de Itajaí onde rolaram execuções no primeiro semestre foram: Dom Bosco (uma morte); Espinheiros e Portal 2 (duas); Cidade Nova (duas); Praia Brava (duas); Salseiros (uma); São Vicente (duas); Canhanduba (duas); Imaruí (duas); Paciência (uma); São João (uma); São Roque (uma) e Fazenda (uma).
70% dos crimes foram resolvidos
A estatística mostra que a coisa tá braba em Itajaí, mas quando o assunto são os assassinatos, os homidalei fazem questão de dizer que a cidade tem o que consideram um bom índice de solução dos crimes de morte. Mesmo com efetivo reduzido, a investigação vem apresentando resultado positivo, como demonstra índice de 70% dos crimes de homicídio resolvidos, afirma o delegado Allan de Paula, da DIC.
A polícia considera resolvidos os casos em que descobre a motivação pro crime e quem foram seus autores. Dos 27 assassinatos, os responsáveis de 15 foram descobertos e presos. Ao todo, foram 15 pessoas em cana. Três outras acabaram mortas em suposto confronto com a PM. Nove mortes ainda continuam um mistério pros homidalei.
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