As otoridades já sabem quem são os três bandidões mortos num confronto com a polícia Militar do Balneário Camboriú, na manhã desta segunda-feira. Eles eram do Rio Grande do Sul e tinham ficha no mundo do crime por assalto à mão armada. Um deles, Pedro Valdermir de Freitas Ribeiro, 45 anos, já fez parte da Brigada Militar, que é a PM gaúcha. A investigação dos homidalei segue e tenta encontrar algum comparsa do grupo que tenha dado a fita sobre o endereço do empresário Orlando Loch, atacado pelos bandidos.

Ricardo Valentim Azevedo Agapitto veio, ontem, de Canoas, na região da grande Porto Alegre/RS, conferir se o corpo que estava no instituto Médico Legal (IML) do Balneário Camboriú era mesmo de seu filho. Era perto das 10h da manhã quando ele confirmou que o cadáver era mesmo de Fábio Valentin Azevedo Agappito, 25 anos.

Abalado, ele não quis conversar com a imprensa. Mas, ao delegado Márcio Luiz Colatto, responsável pelo caso, admitiu que sabia que o rapaz era do mundo crime. “Ele disse que o filho tinha saído da prisão há pouco tempo”, contou dotô Colatto.

Reconhecido pela mulher

O bandido Jefferson Rodrigo Franco Lopes, 28, foi reconhecido pela própria mulher, logo no começo da manhã. A viúva, que não teve o nome revelado, chorava muito e também não quis saber de papo com a imprensa. A moça também teve um téti-a-téti com o delegado depois de confirmar que o corpo era mesmo de Jefferson.

Tanto Fábio quanto Jefferson moravam no bairro Guajuviras, em Canoas. A comunidade nasceu de uma ocupação ilegal e hoje tem cerca de 36,5 mil habitantes. É considerado um dos bairros mais violentos da cidade.

Tiras tavam na cola

Policiais de uma equipe especial de investigações da polícia Civil do Rio Grande do Sul identificaram Pedro Ribeiro, o terceiro assaltante. Eles já estavam na cola do bando, suspeito de integrar uma grande quadrilha de roubo de cargas.

A polícia Civil do Balneário Camboriú espera para hoje a presença de parentes de Pedro, pra confirmar a identificação do cadáver do bandido que seria de São Gabriel, cidade gaúcha.

Conheça o currículo dos criminosos

A ficha policial de Fabio Agapitto é recheada de crimes. Na bagagem, ele tinha nada menos do que 11 mandados de prisão. A maioria por assalto. Ele tava em liberdade provisória desde 9 de março deste ano.

Fábio é o bandido que levou um tiro na cabeça enquanto tava na avenida das Flores e tentou fugir roubando o Spacefox vermelho, placa ATL 6452 (Curitiba). Ele morreu dentro do carro, ao lado do homem que pegou como refém. Sua última prisão ocorreu numa tentativa de assalto que teria praticado junto com o parceiro de crime Jefferson Lopes.

O currículo de Jefferson não é diferente do colega e vizinho. Também saiu da prisão em 9 de março deste ano. Cumpria pena por assalto. Desde então, conseguiu colecionar nove mandatos de prisão. Boa parte deles por roubo. A polícia não confirmou se Jefferson e Fábio são primos.

Jefferson morreu quando tentava roubar uma Saveiro, em plena avenida das Flores.

Pedro Ribeiro já foi soldado da Brigada Militar do Rio Grande do Sul. Teria sido expulso da corporação há uns cinco anos, depois que seu envolvimento com a bandidagem foi comprovado, informou uma fonte da polícia Civil do Balneário Camboriú. Ele morreu na noite de segunda-feira, no hospital Marieta, em Itajaí.

No seu currículo no mundo do crime havia uma condenação em 2008 por porte ilegal de arma e receptação de mercadorias roubadas. Em 2010, foi preso juntamente com uma quadrilha que se preparava para assaltar um banco. Ainda esperava julgamento por esse crime.

O tiroteio e as mortes

Os bandidos morreram quando trocavam tiros com PMs durante uma fuga. Três policiais foram baleados, mas passam bem. Pouco antes do tiroteio, o trio assaltou o sobradão do empresário Orlando Loch, no bairro dos Nações. Orlando é dono de duas relojoarias na cidade.