O Ministério Público do Balneário Camboriú abriu inquérito pra averiguar o corte de árvores grandes e antigas num terreno onde a FG Empreendimentos tá levantando um arranha-céu. O povão flagrou o corte das galhudas numa área de preservação do terreno ao lado do hotel do Bosque, na avenida Brasil, e dedurou o trampo suspeito.
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A administradora Viviane Barbosa, 45 anos, mora no local há oito anos. Vizinha da obra, a muié ficou de cabelo em pé esta semana ao ver o corte de uma montoeira de árvores nos fundos do terreno ...
A administradora Viviane Barbosa, 45 anos, mora no local há oito anos. Vizinha da obra, a muié ficou de cabelo em pé esta semana ao ver o corte de uma montoeira de árvores nos fundos do terreno onde será construído o prédio. Cortaram árvore grossa que não dava nem pra abraçar, conta. Apavorada, procurou os órgãos ambientais, mas tem dúvidas se a construtora teria autorização pra cortar as frondosas. Pra cortar uma árvore fininha no meu terreno reclamam, e eles ganharam autorização pra fazer aquilo?.
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A treta chegou à promotoria do Meio Ambiente, nas mãos do dotô André Otávio Vieira de Mello. Ele instaurou uma ação pra averiguar o fato. Através da assessoria, o dotô informa que esta semana será encaminhado um documento pedinchando respostas pra galera da construtora e pra fundação Estadual do Meio Ambiente (Fatma), que autorizou o corte.
A promotoria quer saber se os peões de obra estão respeitando a metragem exigida pela Fatma e se estão tirando árvores que deveriam ficar preservadas. A Fatma e a empresa terão até o fim do mês pra sisplicarem. Caso fique comprovada a pendenga, pode rolar penalidades como multa, ainda a ser calculada, e até a brecada da autorização de trampos por lá.
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O secretário de Meio Ambiente da Maravilha do Atlântico, André Ritzmann, afirma que recebeu a denúncia ontem e deu um pulo no local. O abobrão conta que a averiguação da área cabe apenas à Fatma. A minha parte é ver se tem autorização. Como eles têm, eu não posso fazer mais nada.
Já o fiscal e analista da Fatma, engenheiro ambiental Wagner Cleyton Fonseca, explica que a empresa tem autorização pra derrubar 400 metros quadrados de árvores que estão próximas à avenida Brasil.
Eles ganharam autorização até pra pôr abaixo as árvores exóticas, que estão fora da área de preservação.
De acordo com Wagner, a empresa fez uma compensação e plantou o mesmo número de árvores na parte oeste do terreno. Ele conta que até árvores de tronco grosso e mais velhas entraram no esquema. Algumas espécies, independente do diâmetro, têm o corte permitido, explica. Ele cita o exemplo de uma figueira que foi cortada lá, na segunda-feira.
A assessoria de comunicação da FG ficou de encaminhar resposta do perrengue à reportagem por e-mail. Mas até o fechamento da edição, nada do tal e-mail chegar.