Enquanto nas outras citys os parlamentares tão de boa, só pensando em curtir umas férias, o clima na câmara de Vereadores de Balneário Camboriú tá cada vez mais quente. A oposição de braços cruzados pra empacar a pauta, um edil apelando pra dona justa pra que o prefeito seja obrigado a responder os requerimentos, e agora foi a vez de um barnabé ser escorraçado depois de uma baita cagada.
O vereador José Carlos Hannibal (PP) descobriu que, desde agosto deste ano, os requerimentos que ele pensava estarem sendo ignorados por Edson Periquito (PMDB), na verdade, nem chegaram nas mãos ...
O vereador José Carlos Hannibal (PP) descobriu que, desde agosto deste ano, os requerimentos que ele pensava estarem sendo ignorados por Edson Periquito (PMDB), na verdade, nem chegaram nas mãos do homem-pássaro. Os papélis estavam todos numa gaveta da câmara. Fui pegar o número dos protocolos, mas vi que não existia. Eu estava cobrando do prefeito, sendo que algumas coisas nem chegaram ao conhecimento dele. Sou um cara justo, gosto das coisas certas, discursa o parlamentar do PP.
Hannibal garante que vai cobrar explicações da câmara com a mesma rigidez que cobra da prefa. Agora ele promete conferir cada requerimento que enviou desde 2009, pra saber se mais algum mofou pelas gavetas da casa do povo. A gente não pode julgar ou acusar antes de saber. Por isso, antes de falar, vamos levantar os fatos, afirma.
O presidente da câmara, Orlando Angioletti (DEM), explica que não pode controlar tudo que rola na parte administrativa. Mas garante que, quando descobre uma cagada, toma as providências cabíveis. Temos vários departamentos e os requerimentos em questão chegaram nas mãos de uma pessoa que não deu conta do trabalho e não pediu ajuda. Ele dava conta de 70% do que chegava, mas deixava 30% pra trás, conta Angioletti. O barnabé que teria sido responsável pela burrada foi o Osvaldo Galancini Junior. E o presidente já assinou a exoneração dele.
Angioletti diz que Hannibal não tem razões pra se sentir perseguido e jura de pés juntos que tudo não passou de uma falha involuntária. Não é certo dizer que foram os requerimentos do Hannibal. Na verdade, foram também os requerimentos do Hannibal. Tinha coisa de outros vereadores na mesma gaveta, até moção minha, exemplifica o chefão do legislativo. Por fim, ele destaca que até segunda-feira cada papéli vai chegar ao seu destino e que ninguém vai ser prejudicado além do gurizão que perdeu o emprego.
Outros rolos recentes
Semana passada a vereadora Silvia de Mello (PSDB) gritou no plenário quando viu que um projeto foi pra votação sem as emendas que ela tinha apresentado. A tal emenda tava perdida na mesa de um bagrão da câmara, mas deu pra rever a situação antes que a proposição fosse votada, diminuindo o preju por causa do esquecimento.
O líder de oposição, Claudir Maciel (PSD), não tá tão tranquilo quanto a vereadora tucana. Ele acusa Angioletti de não ter promulgado duas leis que tinham sido vetadas pelo prefeito, mas que tiveram o veto derrubado na câmara dentro do prazo previsto pela legislação da casa. Ele tinha que ter feito em 48 horas, mas só assinou depois de um mês e meio. Isso foi contra a lei orgânica do município, então vamos verificar pra decidir que medidas adotar, salienta Claudir. Angioletti rebate. Tenho um certificado do departamento confirmando que não tem nada pendente. Houve atraso, pode ser. Mas não tem nada sem promulgar, se defende.
Mas Claudir não para por aí nas acusações. Ele não pode misturar as coisas. A câmara não é extensão do executivo. O Orlando tem que se colocar em defesa do legislativo e não do governo, ataca. E, pra variar, o presidente da casa do povo não concorda com o líder da bancada de oposição. Isso é uma visão política do Claudir, conclui, colocando ponto final na troca de farpas.