Seis homens armados renderam uma família ao entardecer de segunda-feira, no Balneário Camboriú, e tocaram o terror nos moradores. Os criminosos se passaram por entregadores de uma loja pra entrar. Extremamente violentos, os bandidos esfregaram uma ama no rosto de uma adolescente e chegaram ao cúmulo de dizer que iriam botar fogo em um bebê, caso a família não entregasse a dinheirama que queriam.
Era perto das 18 horas quando o interfone de uma casona na rua 1546, no centro da Maravilha do Atlântico, tocou. Do lado de fora tavam os seis criminosos, disfarçados de entregadores de uma loja ...
Era perto das 18 horas quando o interfone de uma casona na rua 1546, no centro da Maravilha do Atlântico, tocou. Do lado de fora tavam os seis criminosos, disfarçados de entregadores de uma loja. Eles disseram que o motorista que entregou os móveis na sexta-feira havia esquecido duas peças. Estavam com camiseta parecida. Eu cheguei a desconfiar quando olhei pela janela, porque tinham um jeito estranho, contou a dona da casa, a professora Z.F.A., 52 anos.
A adolescente, filha de Z., não desconfiou de nada, já que havia dois montadores trabalhando no interior da residência. Por isso, abriu o portão . Quando a mãe chegou na garagem, já era tarde. Os dois montadores já estavam deitados no chão e um dos assaltantes apontou duas armas pra minha cabeça me chamando de vadia e vagabunda, contou a professora, ainda abalada com o ataque.
Na mesma hora, o neném de dois anos e 10 meses, filho de Z., correu em direção à piscina e a mulher pediu pros bandidos pra que pudesse conter o pequeno. Um deles estava mais calmo, me deixou segurar o menino, mas o que veio com as duas armas disse que ia queimar o meu bebê. Foi horrível, contou.
Ainda fizeram quebra-quebra dentro da casa
Pra professora Z., um dos bandidos tava visivelmente drogado. Agressivo ao extremo, perguntava sobre os R$ 3 milhões que supostamente estariam na residência. Confundiram a gente com outra família, só pode ser isso. Ou estavam loucos. Imagina, nunca tivemos essa quantia, disse a vítima.
Enquanto parte dos assaltantes ficava com as armas apontadas pra cabeça dos verdadeiros entregadores, outros levaram o marido da professora pra revirar a casa e lhes mostrar o cofre que pensavam haver na residência. Com raiva por não encontrar o cofre ou dinheiro, o mais violento deles quebrava tudo o que via pela frente.
Sobrou de novo pro caçulinha. O neném se cortou com os cacos de vidro no chão e começou a chorar. Ele repetia a toda a hora que ia matar o meu filho, que ia tocar fogo na criança, relatou Z., que aproveitou a distração dos bandidos pra se esconder com o pequeno dentro do guarda-roupas. Lá de dentro eu ouvia ele ameaçando a minha filha adolescente. Dizia que, como não encontravam o cofre, teriam que levar ela, contou. Segundo Z., o criminoso sentou do lado da filha e esfregava a pistola no rosto da garota, enquanto descarregava as munições do pente, uma a uma. Estou traumatizada, não consigo dormir e não paro de olhar pela janela, parece que a todo momento estamos sendo vigiados, desabafou a professora, que nunca havia sido assaltada antes.
Os bandidos quebraram todas as câmeras de segurança que estavam instaladas na casa. Os criminosos fugiram levando relógios, bijuterias, joias, óculos, R$ 1,5 mil, um aifone e um aipédi.