Conhecida nas ruas pelo nome de guerra de Natália Dazza, um travesti argentino levou dois tiros na perna direita na madrugada de domingo. Se você tá achando que a mona foi vítima de homofobia, tá muito que do enganado. De acordo com a presidente da associação de travestis de Balneário Camboriú, Ana Paula Barreto, o traveco, cujo nome de batismo é João José Dassa, 42 anos, seria viciado em drogas e costuma roubar a clientela. Foi numa dessas estrepulias que Natália levou chumbo. O travesti foi atendido no hospital Ruth Cardoso e passa bem.
O caso só chegou ao conhecido da polícia porque, na hora em que Natália chegou no hospital, policiais militares tavam por lá tocando outra ocorrência policial e, ao verem a moça com vírgula com ...
O caso só chegou ao conhecido da polícia porque, na hora em que Natália chegou no hospital, policiais militares tavam por lá tocando outra ocorrência policial e, ao verem a moça com vírgula com os tiros, foram conversar com ela. Pra polícia, o travesti disse que um cliente havia desistido do programa e mandado bala quando ele já teria saído do carro.
Mas a versão da mandachuva da associação dos travecos é outra. Ana Paula conta que Natália Dazza chegou há umas duas semanas no Balneário Camboriú e nem quis saber de se cadastrar junto à entidade que organiza as transexuais. Mas não é nem isso que deixou a líder dos travecos cabreira. Pelo que as meninas me contaram, ela tentou assaltar um cliente e foi baleada, acusou. Ninguém sabe quem é o tal cliente que andava armado e mandou chumbo pra cima da ladra.
Ana Paula revelou que já procurava a travesti gringa pra dar um sacode. É muito triste esse tipo de situação, que ainda tenha travesti que sai na noite só pra roubar cliente, lamentou. O cadastro na associação, argumentou, serve pra identificar todos os transexuais que tão trampando como profissionais do sexo e ajuda a identificar quem aparece na área só pra fazer maldade. As que são cadastradas seguem normas, não usam drogas nem roubam cliente. Mas, infelizmente, tem as que vem pra cá pra incomodar e justamente por isso não fazem o cadastro, carcou.
Querem mandar de volta pra Argentina
A presidente da associação dos Transexuais disse que as meninas que trampam na noite da Maravilha do Atlântico já se uniram pra comprar os remédios e ajudar a gringa baleada. Mas a intenção é mandá-la de volta pra casa o quanto antes. Ana Paula adiantou que vai procurar o consulado argentino no Brasil e também tentar ajuda pra comprar uma passagem pra Natália Dazza.
Os casos de violência contra os travecos são raros em Balneário Camboriú, garante a chefona da associação das monas. Ana Paula comenta ainda que não tem chance de cliente pegar traveco enganado, pois todo mundo na city sabe que as meninas que fazem ponto na esquina da avenida do Estado com a rua 200 vêm com brinde ou são operadas. O que existe é preconceito e hipocrisia. Os mesmos homens que nos fecham as portas de dia são os que abrem as nossas pernas à noite!, lasca.