Os barcos que participam da Transat Jacques Vabre ainda sofrem com os efeitos dos fortes ventos que atingiram a Zoropa nos últimos dias. Mesmo com o mar mais calmo, alguns veleiros foram obrigados a buscar um porto para fazer reparos de emergência e continuar a viagem de quase 10 mil quilômetros até a city peixeira. Nos cinco dias de travessia até aqui, as equipes escolheram pequenos estaleiros em locais estratégicos, como Brest (França), Ilha da Madeira (Portugal), La Coruña (Espanha), Lisboa (Portugal), Lorient (França), Peniche (Portugal) e Roscoff (França).
Líder da Classe 40, o GDF SUEZ, deve perder pouco tempo na costa espanhola pra trocar os cataventos. O 11th Hour Racing voltou pra Brest, no litoral francês, com uma das velas danificadas. O barco ...
Líder da Classe 40, o GDF SUEZ, deve perder pouco tempo na costa espanhola pra trocar os cataventos. O 11th Hour Racing voltou pra Brest, no litoral francês, com uma das velas danificadas. O barco espanhol Tales de Santander 2014, por exemplo, terá de fazer um pit stop às pressas para solucionar um problema estrutural. A equipe estava no pelotão de frente da Classe 40 e pode ter a regata comprometida. Tivemos uma avaria numa peça de sustentação do leme e vamos parar em La Coruña na manhã desta terça-feira [hoje]. As análises dos técnicos vão definir o que ocorrerá, contou Pablo Santurde.
Na madruga de ontem, a equipe do BET 1128, que disputa a Transat Jacques Vabre também na Classe 40, foi obrigada a mudar o rumo por um problema na vela de proa. A dupla está também a caminho de La Coruña. O Marie-galente, outro barco da categoria de 40 pés, permanece em Lorient, na França, esperando pra trocar a retranca. O detalhe é que é feriado na França (dia do Armistício da 1ª Guerra Mundial) e a solução pode tardar mais.
Rádios ativos
Ontem, a organização recebeu vários comunicados das equipes no meio do oceano. O mais significativo foi do Arkema, barco da classe Multi50. O trimarã capotou na costa portuga e está sendo rebocado. Por rádio via-satélite, o velejador Mayeul Riffet explicou que o acidente ocorreu de maneira muito rápida, não dando tempo para reação. Nós estávamos velejando entre 12 e 18 nós de velocidade e o barco virou em três segundos. Eu estava dentro e o Lalou Roucayrol, que estava no turno, veio nadando. Felizmente, tudo está bem com a gente.
O atual líder da classe Multi 50, o Actual, fará uma rápida parada técnica na Ilha da Madeira. Com vantagem superior a 60 quilômetros para o vice-líder FenêtréA-Cardinal, a dupla precisará desviar um pouco o caminho pra fazer o pit stop.
Na IMOCA, o MACIF perdeu a liderança após a quebra do leme direito na passagem pelo Cabo Finesterra. A dupla escolheu um porto de Peniche, em Portugal, pra troca, que durou quatro horas. O nosso leme de estibordo (direito) quebrou e fomos obrigados a inverter até chegar em Peniche. A instalação de uma nova peça era necessária pra seguir viagem ao Brasil, pois era impossível ir com apenas uma, revelou François Gobart, do MACIF. Quem aproveitou para pular na frente na classe IMOCA foi o Safran.
Dos 44 barcos que largaram em Le Havre, na França, apenas um confirmou oficialmente a desistência por problemas na embarcação. O Maître Jacques, da Multi50, não conseguiu reparar o dano no casco dianteiro direito e saiu da travessia. O mesmo deve ocorrer com o Arkema, que capotou e teve o mastro quebrado.
Mais rápidos da Transat Jacques Vabre, os dois barcos da MOD70 já deixaram para trás as Ilhas Canárias e estão bem próximos de cruzar Cabo Verde. A city peixeira fica cada vez mais próxima pra Edmond de Rothschild e Oman Air.