Quinze dias depois da chocante morte de Dealberto Jorge Silva Junior, 35 anos, finalmente, a família do empresário de Jaraguá do Sul pode fazer uma cerimômia de despedida. Felfa morreu no dia 11 de janeiro em Playa del Carmen, a 70 quilômetros ao sul de Cancún, no México, após cair de uma altura de cerca de 10 metros. O empresário foi cremado em Miami, nos Estados Unidos, por questões sanitárias, e a urna com as cinzas embarcou para o Brasil no último sábado. A imprensa não teve autorização para acompanhar a cerimônia.

Em um clima de muita comoção as cinzas foram recebidas pela família no crematório Catarinense, no bairro Nereu Ramos, em Jaraguá do Sul, na manhã de domingo. O velório começou pouco depois das 10h30. Cerca de 250 pessoas participaram da despedida, entre amigos e familiares.

A cerimônia iniciou com meia de hora de atraso, segundo Leonardo Leier, primo do empresário e proprietário do crematório. A demora seria por conta da vinda de algumas imagens do empresário que estavam no apê de veraneio da família em Balneário Camboriú. As imagens foram usadas em um vídeo que fez uma homenagem a Dealberto. “Alguns familiares também vieram do Paraná”, explicou o primo.

De Balneário, partiu um ônibus lotado com amigos do empresário. O busão, fretado por um empresário que é amigo da família, levou os amigos para dar adeus a Felfa e prestar apoio à família. A mãe de Dealberto, bastante emocionada, leu uma mensagem falando que agora o filho está com Nossa Senhora. O irmã de Dealberto, Fernando Silva, 32, o Felfinha, que também estava no México quando a tragédia aconteceu, leu um salmo durante a missa.

A cerimônia durou cerca de 50 minutos. As cinzas, segundo a família, devem ficar armazenadas no crematório por tempo indeterminado, até que a família decida o que fazer. A princípio a urna deverá ser depositada no jazigo da família no cemitério municipal no centro da cidade.

Morte e mistério

O momento de se despedir de Dealberto era aguardado há dias, desde quando o irmão dele, Felfinha, retornou ao Brasil.

Os irmãos viajaram para Cancún, no México, no início de janeiro para participar do casamento de um empresário de Jaraguá do Sul. Após a festança em um resort da cidade, os manos esticaram as férias até Playa del Carmen para participar de um festival de música eletrônica. Foi aí que a coisa encrespou.

Os manos, segundo entrevista dada por Felfinha ao programa Fantástico, da Rede Globo, ficaram surtados pelo uso de drogas. Usaram muitas substâncias, entre elas uma parecida com ecstasy, tudo misturado com bebida alcoólica.

Como ficaram fora da casinha entraram em uma paranoia de perseguição. Eles corriam pelas ruas mexicanas achando que estavam sendo perseguidos pela máfia russa.

O rolo começou porque Dealberto teria se envolvido com a russa Ekaterina Vasileva, 35 anos. A vítima chegou a enviar um áudio para amigos, através do zapzap, falando que estava sendo perseguido e que seria sequestrado. Tudo fazia parte das alucinações.

Segundo a entrevista de Felfinha, eles correram pela praia mexicana até ficarem muito cansados. Felfinha e o irmão acabaram se separando.

Relatos de testemunhas dão conta que ele teria caído de um prédio em cima de uma escada. O rapaz morreu na hora. Felfinha, ao perceber que algo de errado tinha acontecido e ainda na pira das drogas, resolveu se esconder.

Amigos chegaram a cogitar a hipótese de assassinato, por conta dos áudios enviados por Dealberto, mas a polícia mexicana investigou o caso e finalizou o inquérito policial constatando que a morte foi acidental. Na semana passada, Felfinha voltou para o Brasil e junto com a família esperou o momento de se despedir do irmão. Os dois eram muitos unidos e sócios numa empresa de engenharia.