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Histórias que eu conto

Histórias que eu conto

Por Homero Malburg -

Homero Bruno Malburg é arquiteto e urbanista

Anos cinquenta II


Anos cinquenta II
Álbuns de figurinhas eram febre em Itajaí (foto: site historia do futebol)

Naquela época, certas brincadeiras obedeciam a um determinado ciclo. Todo ano, na mesma época, elas viravam mania: nos meses ventosos se fabricavam e se empinavam pandorgas. Havia a época do pião, da bola de gude. Esta, adotava uma terminologia muito regional e toda própria: jogar “à vera” ou “à brinca”; “mão-parada” ou “mão-expulsa”,  “ir à bóca” para se ter “mata”, etc.

 

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Os álbuns de figurinhas, quando surgiam, eram verdadeiras epidemias. Um deles lembro que fez furor: o álbum do futebol catarinense com todos os clubes e seus jogadores. Havia os “chapas” – fáceis de encontrar e os “figurinhas difíceis”: atletas do Avaí, Figueirense, Paula Ramos, Caxias, América, Ferroviário, Próspera, Metropol, Internacional, Carlos Renaux, Paysandu, Olímpico, Palmeiras; dos nossos Marcílio Dias e Barroso, entre outros. Compravam-se os primeiros envelopes de figurinhas; a maioria no entanto era trocada ou ganha no jogo do “bafinho”.

O quintal de nossa casa acoplado com o da “vô Méza” e às vezes com o do tio José Malburg, era um espaço bastante grande para as brincadeiras. Melhor ainda se juntássemos o pátio da madeireira que existia atrás. Lá nos empanturrávamos de frutas, principalmente na época da goiaba. Brincávamos de mocinho, polícia e ladrão e, principalmente, fazíamos guerra de funda. A munição, farta, eram baguinhas de cinamomo e a guerra se fazia entre os soldados entrincheirados no “forte-apache” e os índios cercando. Logo a mística de sermos soldados se foi, levando-nos a preferir ser índios que corriam de um lado para o outro a ser soldados, dentro de um “forte- galinheiro” que não podiam levantar a cabeça sem serem atingidos. Os mais novos que participavam eram os que mais sofriam: os primeiros a serem feitos prisioneiros e amarrados a um galho de goiabeira com espinhos de pinheiro por baixo. A correria era constante e a paciência da avó, infinita...

Líamos muito. Não só gibis, mas também livros. Meu pai nos proibia de ler histórias em quadrinhos na época de aula, alegando que traziam “preguiça-mental” uma vez que as figuras já vinham prontas e impediam o voo da imaginação. Naquele tempo era costume presentearmos livros nos aniversários. Coleção do Tarzan e os de aventura da coleção Terramarear eram os preferidos. João Luiz Vieira, um amigo que faleceu muito cedo, era um campeão: devorava um livro por dia. Meu primo Luciano Corbetta, exímio desenhista desde criança, era meu ídolo. Colecionava todos os gibis e, organizado, mantinha-os sempre novos. Nas férias, sem a proibição de meu pai, a primeira providência era ir à casa dele e trazer uma pilha deles emprestados.

Houve a época do futebol de botão. Íamos à casa do Humberto Narciso jogar. Lá era a sede da Liga, casa de presidente e o estádio de seu time, o Acaraí FC. O Humberto confessou-me que admitia competir, desde que ele vencesse.... Não é totalmente verdade: ele era muito bom e seu botão artilheiro, o Raimundo, um matador. A mesa da copa era o campo até que se conseguiu outra, lá atrás nos escritórios do seu Egídio. Achamos também um aparelho intercomunicador e então passamos a irradiar duas partidas simultâneas, de um local para o outro. Dona Esther, a todo resistia com calma e bravura... Os campeonatos eram organizadíssimos, com medalhas e troféus. Chico e Zezo Zimmermann; Cechinel; Paulo Vaz; Marcos Zaguini; Salomão Figlarz e Heitor Rosa se encontravam entre os melhores. Meu time, o Vera Cruz, não era lá essas coisas. Sobrava-me a função de editar o jornal da Liga, todo escrito à mão e com figuras a nanquim e de desenhar os goleiros nas tampas das caixas de fósforos cheias de chumbo. Brigas se sucediam e, de repente, alguém saía do campeonato e fundava outra Liga. Neste tempo já existiam cartolas-mirins...

E, sem televisão, a imaginação e a fantasia corriam soltas!


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