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Histórias que eu conto

Por Homero Malburg -

Homero Bruno Malburg é arquiteto e urbanista

As mulheres de nossa infância


Dentro destas reminiscências dos anos cinquenta, vamos nos lembrar das mulheres dessa época. Tanto quanto em tempo anteriores, elas eram educadas para serem apenas boas esposas e mães. Algumas aperfeiçoavam seus dons em aulas de culinária, costura, bordado, pintura e música.

 

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Ao casar, a mulher assumia muitos encargos: acordar cedo, acender o fogo para passar o café, assistir os filhos que iam para a escola, cuidar dos que ficavam em casa, cozinhar, lavar as roupas no tanque, passá-las nos grandes ferros a carvão. Era seu encargo ajudar a “desemburrar” os filhos em fase de alfabetização. Além disso, cuidava do jardim, da horta e da criação doméstica, e ainda devia estar linda e cheirosa no final da tarde. Aos domingos, dia que todos descansavam, ela devia fazer o almoço especial.

As senhoritas tinham como meta completar o curso secundário e, em seguida, cursar o “normal”. Algumas se destacaram como professoras: Terezinha e Orbélia Capella; Loni e Leda Kobarg; e anteriormente, Hilda Fisher e Hilda Mello.

Outras trabalhavam por pura necessidade e, dentro dos escritórios e das lojas, eram pessoas de incontestável competência. Lembro-me da Jovelina Costa na seção dos tecidos; dona Maria vendendo livros e cadernos; Zelândia na secretaria do Ginásio e de todas as demais que ajudavam o marido atrás dos balcões.

Tentei me lembrar de alguma profissional liberal da época. Por mais que pedisse auxílio, não consegui. Fazer faculdade era raro para as mulheres.

Havia, no entanto, uma turma de batalhadoras. Por contingências econômicas, por terem tempo disponível, ou por amor ao que faziam, iam à luta. Quem não se lembra da Maria Lúcia Wollinger, que tocava um negócio de secos e molhados no início da Hercílio Luz? Como esquecer da dona Hilda Deola, incansável batalhadora no comando de sua loja? E no balcão de sua pequeníssima papelaria aquela senhora magrinha e gentil da família Gonzaga? A dona Maurina Seára em sua farmácia; dona Ondina lado a lado com seu irmão na Casa Santos; Dona Erna, da loja ao lado do Foto Schneider, dona Bráulia Pessoa, todas elas marcaram presença em uma época que não se falava em mulher-empresária.

Dona Eloá Barbosa, de paciência infinita com as escalas e solfejos, era nossa professora de piano. E a Nieta, com sua postura e elegância, que teve a coragem de abrir uma boutique quando ninguém sabia o que era isso? E quando sintonizávamos a Difusora, a voz linda que ouvimos por décadas era a de Irene Boemer, uma profissional do rádio e da imprensa.

Estou, por certo, sendo injusto em esquecer muitas outras que mereceriam ser citadas. Minhas desculpas.

Para finalizar, uma outra mulher que muitos não mencionariam: a dona Martha, conhecida também por Dinamarca, pois este era o nome de seu bar e restaurante onde hoje está o BESC, local de frequência dos embarcadiços e não recomendada pelas famílias da época... Foi também uma pioneira. Lembro-me dela, grandona, toda paramentada de amazona, montando seu cavalo pela rua Guarani afora. Meu primo, pequeno, encantado com aquela imagem, falou embasbacado: “Êta, Dinamarca velha!”.  Ao que ela, sem entender a frase elogiosa, rebateu: “Velha é a sua mamãe”.


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