Empreender
Por Patrícia Fenandes -
Patrícia Fernandes é administradora, com MBA Executivo Internacional, com uma vasta experiência em gestão comercial e operações, planejamento comercial, marketing, precificação, alianças estratégicas, prospecção, vendas consultivas, pós-venda, gestão de clientes e entregas de projetos de grande porte, além do grande diferencial dos conhecimentos em tecnologia aplicada ao marketing. Desde 2021, ela faz parte da FG Empreendimentos.
Prédios balançam? E por quê?
Na coluna desta semana vamos trazer um tema que chama muito a atenção: prédios balançam? E por quê? Os engenheiros André Bigarella e Stéphane Domeneghini, do departamento de engenharia da FG Empreendimentos, explicam o fenômeno, os movimentos que são previstos desde a fase de projeto dos empreendimentos e quais os sistemas existentes no mercado nacional e internacional.
Então, a primeira pergunta: balança ou não balança? Stéphane é categórica: “sim, eles precisam balançar, mas o que as pessoas precisam entender é que esse movimento é calculado e praticamente imperceptível. Realizamos uma série de estudos, cálculos, projetos que consideram toda a vizinhança em volta do local a ser construído para que o prédio a ser projetado seja seguro. É por isso que investimos cada vez mais em tecnologia construtiva”, explica.
É esse movimento inusitado que garante que o prédio não tenha patologias estruturais e em outros sistemas diante de eventos climáticos. Os projetos são testados ao limite em túneis de vento, que simulam condições extremas para avaliar os cálculos estruturais e dimensionamento de elementos de vedação como esquadrias. Stephane explica que a oscilação dos edifícios é o que permite que não sofram um colapso repentino, sem avisar ou dar sinais, nem haja danos à estrutura causados pela exposição ao vento. Para que os prédios se movimentem, os projetos precisam garantir a especificação correta do concreto, folgas e maleabilidade não somente na estrutura mas em vários outros sistemas. “Prédios altos são projetados para suportar ventos muito superiores ao máximo valor previsto para região”, afirma.
André Bigarella, diretor de engenharia da FG Empreendimentos, diz que a tecnologia construtiva é um grande diferencial para que os moradores não sintam a oscilação. A construtora tem parceria com empresas que assinam projetos dos maiores arranha-céus no mundo, como em Dubai e nos EUA. Um dos principais investimentos nos projetos de arranha-céus são os estudos de túnel de vento, que ajudam a dimensionar as estruturas. Mas o que seriam esses ensaios de túnel do vento? “São estudos onde simulamos a atuação do vento em todas as faces e entorno do empreendimento. São quatro objetivos diferentes: calcular a segurança na concepção estrutural, avaliar esforços de vento, conforto estrutural e dimensionamento das esquadrias”, explica Bigarella.
Nos projetos dos prédios superaltos são avaliados, inclusive, características aerodinâmicas que aumentem a segurança e o conforto dos usuários, “direcionando” a força dos ventos. “O teste considera as maiores rajadas de vento já registradas em um período de 50 anos na área no entorno de cada projeto.”, explica Bigarella. A técnica construtiva oferece uma análise importante sobre o efeito da vibração causada pelo vento. Os resultados que o processo gera são usados como referência para o desenvolvimento do projeto estrutural e da caixilharia.
Os projetos são testados ao limite em túneis de vento, que simulam condições extremas para avaliar os cálculos estruturais”