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Diário de Saúde
Por Dr. Carton Murilo - endomed.cml@hotmail.com
Dr. Carton Murilo é médico clínico com pós graduação em terapia intensiva, endocrinologia e medicina do exercício e do esporte.
Tire suas dúvidas sobre a Bariátrica
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Antes de você tomar essa decisão importante, e estando apto a ser operado, saiba que existe uma fase de lua de mel da cirurgia, que dura de três a cinco anos. Após isso, se não houver mudanças de estilo de vida, pode-se voltar a ganhar peso. O número de indivíduos com obesidade aumenta a cada dia. Vejam as dicas da sociedade brasileira de endocrinologia e metabologia.
1 – Gastroplastia, chamada de cirurgia bariátrica, cirurgia da obesidade ou de cirurgia de redução do estômago é uma plástica no estômago. Ela tem como objetivo reduzir o peso de pessoas com IMC muito elevado.
2 – Esse tipo de cirurgia está indicada, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), para pacientes com IMC acima de 35 Kg/m² que tenham complicações ou para pacientes com IMC maior do que 40 Kg/m² que não tenham obtido sucesso na perda de peso após dois anos de tratamento clínico (incluindo o uso de medicamentos).
3 – Existem três tipos básicos de cirurgias bariátricas: restritivas, mistas e disabsortivas. As cirurgias que apenas diminuem o tamanho do estômago são chamadas do tipo restritivo e a perda de peso se faz pela redução da ingestão de alimentos. Existem também as cirurgias mistas, quando há a redução do tamanho do estômago e um desvio do trânsito intestinal. Há, além da redução da ingestão, a diminuição da absorção dos alimentos.
4 – Antes da cirurgia, todo paciente precisa ser avaliado individualmente, devendo ser submetido a uma avaliação clínico-laboratorial. A endoscopia digestiva e a ecografia abdominal são importantes procedimentos pré-operatórios. A avaliação psicológica também faz parte. Pacientes com doença psiquiátrica grave devem ser tratados antes da cirurgia.
5 – Na maioria dos pacientes, a cirurgia bariátrica, além da perda de peso, traz benefícios no tratamento de todas as outras doenças relacionadas à obesidade. É possível uma melhora importante ou mesmo remissão do seu diabetes, do controle da pressão arterial, dos lipídios sanguíneos, dos níveis de ácido úrico e dores articulares.
6 – Do ponto de vista nutricional, os pacientes submetidos à cirurgia bariátrica deverão ser acompanhados pelo resto da vida, com o objetivo de receberem orientações específicas para elaboração de uma dieta qualitativamente adequada. Quanto mais disabsortiva for a cirurgia, maior a chance de complicações nutricionais, como anemias por deficiência de ferro, de vitamina B12 e/ou ácido fólico, deficiência de vitamina D e cálcio e até mesmo desnutrição, nas cirurgias mais radicais. A diarreia pode ser uma complicação nas cirurgias mistas.
7 – A adesão ao tratamento deverá ser avaliada, pois alguns pacientes podem recorrer a preparações de alta densidade calórica e de baixa qualidade nutricional, reduzindo a chance do indivíduo perder peso.
8 – A cirurgia antiobesidade é um procedimento complexo e apresenta risco de complicações. A intervenção impõe uma mudança fundamental nos hábitos alimentares dos indivíduos. É primordial que o paciente conheça muito bem o procedimento cirúrgico e quais os riscos e benefícios da cirurgia. Desta forma, além das orientações técnicas, o acompanhamento médico, nutricional, psicológico e o apoio da família são aconselháveis.
9 – Em pacientes que apresentaram uma perda de peso muito grande, uma cirurgia plástica para retirada do excesso de pele é necessária. A mesma poderá ser feita quando a perda de peso estiver totalmente estabilizada, ou seja, depois de aproximadamente dois anos.
10 – Mulheres que realizam cirurgia bariátrica devem aguardar pelo menos de 15 a 18 meses para engravidar. A grande perda de peso logo após a cirurgia pode prejudicar o crescimento do feto.
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