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Histórias que eu conto

Por Homero Malburg -

Homero Bruno Malburg é arquiteto e urbanista

Anos Cinquenta – Futebol II


Torcedores sempre foram um caso à parte. Superstições, amuletos, simpatias eram recursos largamente utilizados. Os mais exaltados gritavam com o time exigindo “garra” e os quietos sofriam calados, chutando o chão de terra da geral nos momentos de tensão.

 

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E o folclore destes torcedores tem casos como o do Egon Müller, que foi assistir a um jogo do Barroso, ele torcedor fanático, com um determinando terno de lã e gravata. Venceu o Barroso. No jogo seguinte repetiu o traje: nova vitória. Depois, da terceira vez, seus amigos não o deixavam trocar o terno e a gravata da sorte. Víamos então o Egon, em pleno verão, suando em bicas por conta de seu coração alviverde.

Clito Rebello era outro desses barrosistas. Foi a um jogo e o sol batia-lhe diretamente na cara. Estava na geral e cortou de um matinho próximo, um galho de chamarrita que fixou na tela do alambrado para ter alguma proteção. Vitória estupenda do Barroso. No jogo seguinte, chegou ao mesmo lugar, procurou o matinho, e nada. Havia sido roçado.

O Barroso perdeu. Na partida seguinte, prevendo, levou a chamarrita de casa, e nova derrota. Bem-humorado, dizia aos amigos que só fazia efeito o galhinho colhido no local do jogo.

O campo do Marcílio começou a ter arquibancada por esta época. Até então, apenas um morrinho, onde haviam sido plantados alguns eucaliptos e ali se subia para se ter visão melhor do jogo. O campo do Barroso já ostentava uma arquibancada de madeira construída pelo seu Camilo Mussi, no lado oeste, que até hoje lá permanece.

O gramado, fazia-se o possível, mas era esburacado e careca perto das traves. Tanto que, nos momentos de “fervo”, perto do gol levantava-se uma nuvem de poeira e poucos enxergavam o que estava acontecendo.

Nós, pequenos barrosistas, odiávamos o Marcílio. Isto, todavia, não impedia que respeitássemos seus jogadores que tantos dissabores nos causavam: os “Joéis” I e II, Ivo, Aquiles, Antoninho, Edésio, o Jorginho cujo escanteio era meio-gol, entre outros.

Triste mesmo era quando minha mãe me mandava fazer compra na SPS e eu era atendido por outra figura que nos causava pesadelos: o Sombra!

O Barroso, com Maurício, Morelli, Darci, Adílio, Zequinha, Quico e outros que não mais recordo, era também um time de peso. Mais tarde, formou um ataque histórico: Hélio, Deba, Mima e Godeberto.

Uma vez, num campeonato estadual, já nos anos 1960, ganhamos do Marcílio por quatro a zero. Falou-se muito desta partida, pois o Barroso havia jogado sem alguns titulares.

Já nos anos 1980, quando fiz parte da Diretoria do Barroso, sem futebol profissional então, depois das reuniões que o Paulinho convocava, víamos lá no fundo da sala, folheando velhos álbuns de fotografias, o Angelo Ardigó, Aldo Mário Cunha, Cirilo Germani, Roland Schneider, Elias Krieger e outros da velha guarda conversando. Chegávamos perto e não dava outra – falavam saudosos, satisfeitos e emocionados desse momento de glória: os tais quatro a zero...


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