Colunas


Histórias que eu conto

Por Homero Malburg -

Homero Bruno Malburg é arquiteto e urbanista

As coleções


Meu pai as chamava de “febres”. Eram as manias que de vez em quando surgiam como epidemias. Só se falava naquilo.

As fases de colecionar figurinhas de jogadores de futebol, de filmes - lembram-se do “Marcelino Pão e Vinho”? –,  dos desenhos de Walt Disney: Branca de Neve, Bambi, Pinóquio, que nos consumiam inteiramente. Não havia moeda que sobrasse de troco que não fosse investida imediatamente em mais alguns envelopes de cromos. Havia as fáceis que denominávamos “chapas” e aquelas muitos difíceis de conseguir.

De vez em quando surgiam brindes promocionais de algum produto que imediatamente tornavam-se coleções. Quem não se lembra das Estampas Eucalol? Vinham dentro das embalagens de sabonete e de pastas de dentes. Versavam sobre os mais diversos temas: países de mundo, maravilhas da natureza, antiguidade clássica, regiões do Brasil e suas riquezas, indústrias, artista de cinemas, etc. Herdei de meu pai a antiga coleção dele: os artistas eram em preto e branco e do cinema mudo, e foi lá que soube que haviam existido (hoje alguns ressuscitados) países como Estônia, Sérvia, Letônia, Lituania, Croácia, etc.

Muita gente colecionou caixas de fósforos. Foi nessas época que começaram a aparecer as caixinhas de papelão distribuídas como propaganda. De tamanhos variados, algumas singelas, outras enormes; douradas, prateadas, nacionais e estrangeiras. Lembro-me até de uma, raríssima e de gosto duvidoso, que, aberta, tinha um espelhinho e as pontas dos fósforos eram de batom.

Cheguei a ter uma coleção respeitável de lápis. Tinham vários tamanhos e formatos, desde fininhos até grossos de uma polegada de diâmetro. Um dos mais comuns, aqui da terra, era um amarelinho, publicidade do Banco Inco. Meu pai certa vez conseguiu um lápis sextavado, de desenho, que tinha impressa a dureza do grafite HB. Passei a contar para todo o mundo que ele tinha sido fabricado especialmente com as minhas iniciais. E a gurizada toda acreditou piamente.

Houve época das flâmulas. Bandeirinhas no clássico formato triangular eram também distribuídas como propaganda. Ninguem podia imaginar um quarto de rapaz, na época, sem um montão de flâmulas pregadas nas paredes. Mais tarde surgiram em outras formas e até de franjinhas. E se havia flâmulas do times de futebol do Rio, por que nossos times de futebol de botão não as teriam? E o Humberto tratava de conseguir na Casa Narciso retalhos de “faile” que nós caprichosamente cortávamos e pintávamos com tinta a óleo e pincel fino, reclamando dos inevitáveis borrões e da fazenda que teimava em desfiar nas bordas.


Comentários:

Deixe um comentário:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Para fazer seu cadastro, clique aqui.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

Leia mais

Histórias que eu conto

Reminiscências de um passado escolar

Histórias que eu conto

Armação da infância I

Histórias que eu conto

Colégio Catarinense I

Histórias que eu conto

Anos cinquenta

Histórias que eu conto

Aviação II

Histórias que eu conto

Aviação I

Histórias que eu conto

Anos cinquenta II

Histórias que eu conto

Histórias da Hercílio Luz

Histórias que eu conto

Tempos de Ginásio III

Histórias que eu conto

Tempos de ginásio II

Histórias que eu conto

Carnaval? O quê?

Histórias que eu conto

Tempos de ginásio

Histórias que eu conto

Escolas: velhas e novas

Histórias que eu conto

A funda

Histórias que eu conto

Anos cinquenta

Histórias que eu conto

Nos anos cinquenta...

Histórias que eu conto

Alguém ainda se lembra?

Histórias que eu conto

Trânsito sensato

Histórias que eu conto

Caçando e pescando

Histórias que eu conto

Anos de música



Blogs

A bordo do esporte

Liga esportiva estudantil desembarca no Paraná

Blog do JC

PSB, PT, PCdoB e PV pexêros, juntos

Blog da Ale Francoise

Cuidado com os olhos

Blog da Jackie

Catarinense na capa da Vogue

Blog do Ton

Amitti Móveis inaugura loja em Balneário Camboriú

Gente & Notícia

Warung reabre famoso pistão, destruído por incêndio, com Vintage Culture em março

Blog Doutor Multas

Como parcelar o IPVA de forma rápida e segura

Blog Clique Diário

Pirâmides Sagradas - Grão Pará SC I

Bastidores

Grupo Risco circula repertório pelo interior do Estado



Entrevistão

Juliana Pavan

"Ter o sobrenome Pavan traz uma responsabilidade muito grande”

Entrevistão Ana Paula Lima

"O presidente Lula vem quando atracar o primeiro navio no porto”

Carlos Chiodini

"Independentemente de governo, de ideologia política, nós temos que colocar o porto para funcionar”

Osmar Teixeira

"A gestão está paralisada. O cenário de Itajaí é grave. Desde a paralisação do Porto até a folha sulfite que falta na unidade de ensino”

TV DIARINHO




Especiais

NA ESTRADA

Melhor hotel do mundo fica em Gramado e vai abrir, também, em Balneário Camboriú

NA ESTRADA COM O DIARINHO

6 lugares imperdíveis para comprinhas, comida boa e diversão em Miami

Elcio Kuhnen

"Camboriú vive uma nova realidade"

140 anos

Cinco curiosidades sobre Camboriú

CAMBORIÚ

R$ 300 milhões vão garantir a criação de sistema de esgoto inédito 



Hoje nas bancas


Folheie o jornal aqui ❯








MAILING LIST

Cadastre-se aqui para receber notícias do DIARINHO por e-mail

Jornal Diarinho© 2024 - Todos os direitos reservados.
Mantido por Hoje.App Marketing e Inovação