Nesta coluna vamos retomar as Propostas e Metas para o futuro do nosso Estado do ponto onde paramos na coluna anterior. Já percorremos toda a chamada Dimensão Socioambiental, discorrendo sobre a Oferta de Serviços Sociais de Alto Nível e Promoção da Inclusão Social nas áreas de Educação e Cultura, Saúde, Segurança Pública e Habitação Social. E também abordamos o Manejo Ambiental e Consumo de Recursos Naturais, nas áreas de Água, Saneamento e Energia e depois a Redução da Vulnerabilidade diante de Desastres Naturais e Adaptação à Mudança do Clima.
Vamos passar agora a outra dimensão, que é a de Mobilidade e Infraestrutura. O primeiro pilar é a própria Infraestrutura, começando pela Área Rodoviária – e aqui vamos precisar nos deter bastante, por se tratar talvez do maior “calcanhar de Aquiles” do nosso Estado, fator que vem causando prejuízos em perda de vidas, destruição de famílias, incapacitação para o trabalho, pressão sobre o sistema hospitalar e paralisação da economia – especialmente da Logística – em razão da péssima situação geral das rodovias federais e estaduais.
Porém, antes de enumerar os Projetos e Ações Estruturantes até 2030 para o setor Rodoviário, é preciso falar sobre obras e ações que são urgentes, mas que estão atrasadas há anos, às vezes há décadas. O maior exemplo é o da BR-470, que corta o Estado desde a divisa com o RS, no Meio Oeste, passando por todo o Vale do Itajaí e chegando a Navegantes, no Litoral. Seu trecho mais “emblemático” é o que liga Blumenau à região da Foz do Itajaí: são apenas 50 quilômetros, cuja duplicação começou em 2013, com promessa de inauguração 2017.
Com poucos quilômetros de duplicação entregues depois de cinco anos de atraso, recentemente SC recebeu a notícia de que os primeiros dois lotes da obra (Navegantes/Gaspar), prometidos para junho deste ano, só serão concluídos em 2023, uma década após a assinatura da primeira ordem de serviço. O DNIT admitiu a nova previsão em documento enviado à Câmara de Vereadores de Blumenau no fim de julho. Quanto aos lotes 3 e 4 (Gaspar/Indaial), o órgão dá a entender que ficarão para 2024, na melhor das hipóteses.
O ofício não explica os motivos do atraso, que ocorre mesmo com o investimento de R$ 130 milhões do Estado na rodovia. Antes mesmo do governo estadual anunciar o aporte na obra, o Ministério da Infraestrutura havia prometido a conclusão dos lotes 1 e 2 no primeiro semestre de 2022.
Como disse, a BR-470 é “emblemática” por representar todo o desprezo e o desrespeito do Governo Federal com relação a Santa Catarina – e, vamos ser justos, isto não é mácula apenas deste governo, é histórico. Assim como a BR-470, as outras sete rodovias federais em território catarinense sofrem com a falta de recursos, seja para duplicação, ampliação de pistas e até mesmo para manutenção.
É sobre a situação dessas rodovias federais e o fato de o Governo do Estado ter colocado R$ 465 milhões em recursos para “cobrir o buraco” deixado pelo Governo Federal nas nossas BRs – dinheiro que, pelo jeito, jamais iremos ver de volta – que vamos desenvolver nossa próxima coluna desta série que tem como objetivo contribuir com Propostas e Metas para o futuro de todos nós catarinenses.