
Espaço InovAmfri
Por Paulo Bornhausen - pbbornhausen@gmail.com
As oportunidades do metaverso

O metaverso, um universo interativo construído digitalmente e acessado por meio de óculos especiais e avatares para a imersão numa realidade virtual e aumentada, é a aposta de muitas empresas ligadas à inovação e à tecnologia. Uma das maiores entusiastas do setor é a proprietária das redes sociais Facebook e Instagram, tanto que a empresa foi rebatizada de Meta para marcar a aposta que está fazendo no metaverso. Ela não está sozinha. Microsoft, NVIDIA, Nike, Epic Games e outras tantas também investem em universos digitais.
A tecnologia ainda está no começo, mas já se vislumbram inúmeras possibilidades nos próximos anos. Se as previsões estiverem corretas, o metaverso impactará, de forma definitiva, na maneira como interagimos entre nós, no trabalho, no ensino, nas compras, nos negócios, no entretenimento... Abrirá oportunidades inéditas para prestadores de serviços, comerciantes, empreendedores e as administrações públicas. Demandará um grande número de profissionais qualificados.
Os postos de trabalho do futuro abrangem áreas como design, modelagem, animação 3D, games, realidade aumentada, realidade virtual, NFT, blockchain e criptomoedas. Gestores de investimentos digitais, desenvolvedores de avatares, designers espacial digital, desenvolvedor de ecossistemas são algumas das profissões que nem imaginávamos há uma década, mas que agora estão no radar.
Segundo uma pesquisa encomendada pelo Instituto Gartner, 25% das pessoas passarão, ao menos, uma hora por dia dentro do metaverso até 2026. E mais: até lá, 30% das organizações terão produtos e serviços no metaverso. Em Santa Catarina, o nosso ecossistema de inovação já se movimenta para surfar nas possibilidades que aparecem no horizonte. Recentemente a Acate, associação que congrega as empresas catarinenses do setor, abriu um espaço para apresentar novas tecnologias desenvolvidas no estado. Uma das atrações é justamente a demonstração do metaverso. A empresa responsável pelo produto lançou em janeiro o primeiro metaverso brasileiro, batizado de bite.land.
Os desbravadores da nova tecnologia estão no caminho certo. Outra pesquisa, da Accenture, aponta que 83% dos consumidores planejam comprar um bem virtual ou experimentar no metaverso. Entre a parcela com maior potencial de consumo, mais da metade já entrou em uma loja virtual no universo digital. Um dos principais setores da nossa região, o turismo tem muito a se beneficiar. Os consumidores demostram interesse por boas experiências turísticas virtuais. No InovAmfri, desenvolvemos um produto em realidade virtual para apresentar as belezas da região da Foz do Itajaí em feiras e eventos do setor. A receptividade foi sempre muito positiva.
A Web 3.0, nova geração da internet mais imersiva e descentralizada, onde se desenvolve o metaverso, demandará também políticas públicas que garantam a acesso e segurança aos usuários ao mesmo tempo em que estimulem o desenvolvimento destes novos serviços e produtos. Precisamos ainda de um reforço no treinamento dos nossos jovens, com iniciativas como o Geração TEC, para oferecer ao mercado profissionais capacitados. Temos criatividade de sobra e gente pensando em inovação 24 horas por dia. Santa Catarina tem tudo para assumir a dianteira nesta nova fronteira do conhecimento.