Após semanas de negociação com categorias e deputados, a proposta de reforma da Previdên- cia chegou à Assembleia Legislativa de SC (Alesc) nesta semana. Os docu- mentos foram protocolados na última segunda-feira (28), em ato discreto e com pequena presença de políticos e da imprensa. A entrega ocorreu com atra- sos em relação à projeção inicial porque o Executivo ainda conversava com as categorias, principalmente da segurança. No entanto, o projeto entregue tem o texto original sugerido pelo governo. O secretário da Casa Civil, Eron Giordani, sinalizou que não será acei- ta desidratação do texto. Segundo ele, medidas poderão ser incorporadas com apoio do Executivo, desde que "visem melhorar a proposta" e "que tenham autofinanciamento".
Avançar no endureci- mento das regras é pouco provável. "O governo do Estado está adotando todas as medidas possíveis ao extremo, maximizando os dispositivos", afirmou o presidente do Instituto de Previdência de SC (Iprev/ SC), Marcelo Mendonça. As medidas possíveis são as permitidas por lei federal e o Executivo tenta explorá- -las ao máximo. O presidente da Alesc, deputado Mauro de Nadal (MDB), já anunciou um calendário de tramitação do texto, com audiência pública, prazo para emen- das, e previsão de votar em plenário no dia 4 de agosto.
Na prática, a pres- são dos servidores pela manutenção de algumas regras muda de endereço. No dia da entrega, o hall da Assembleia já tinha a presença de servidores da Polícia Civil. Reclamavam, principalmente, da falta de recuo do governo e da falta de acesso ao texto em si. Policiais e outros trabalha- dores da segurança alegam que é muito dura a regra de transição para manter o direito à paridade e à integralidade.
Nadal prometeu, ao mes- mo tempo, velocidade na tramitação e diálogo com as categorias. "Nós temos urgência pelo clamor com que essa matéria chega ao conhecimento da sociedade catarinense. Há um interes- se da maioria dos pares em acelerarmos a tramitação, mas respeitando o acesso de todos ao processo e à discussão", disse.
Sobras do Sicoob triplicaram no quadrimestre
O Sicoob apresentou no primeiro quadrimestre de 2021 um resultado em so- bras brutas (que nos ban- cos corresponde ao lucro) 197% superior em relação ao mesmo período do ano passado. O desempenho de destaque foi divulgado pela cooperativa na última terça-feira (29) e representa o triplo em relação a 2020.
Segundo o presidente do Sicoob Central SC/RS, Rui Schneider da Silva, "os empréstimos continu- am em crescimento e já superam os R$ 15 bilhões em saldo dos associados dos três estados do Sul, especialmente Santa Cata- rina e Rio Grande do Sul". Em créditos, acrescenta o presidente do Sicoob SC/RS, "crescemos 19,8% nos cinco meses iniciais e em depósitos a prazo o aumento foi de 7,1% no saldo".
Fazenda regulamenta liberação de crédito
Foram definidas as regras para o programa SC Mais Renda empresarial, que vai subsidiar juros de operações de crédito via Badesc e BRDE. Dos R$ 250 milhões aprovados para cobrir os custos desses empréstimos, R$ 150 milhões serão destinados para micro e pequenas empresas. Os outros R$ 100 milhões vão para microempreendedores individuais (MEIs).
O BRDE, que tem se destacado pelo socorro às empresas neste período de pandemia, afirmou que está trabalhando na construção de convênios com instituições de crédito parceiras para iniciar a oferta.
Roteiro no Oeste de SC
O presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar, esteve no Oeste catarinense nesta semana para discutir as demandas empresariais na região. O destaque foi a necessidade de melhorias na infraestrutura, incluindo investimentos em rodovias e ferrovias, na energia elétrica e no abastecimento de água. “Nós, como entidades, temos um papel importante de auxiliar o governo a resolver os gargalos existentes.
[...] É preciso trabalhar com uma visão da macrologística”, disse.
Santa Catarina e o cooperativismo, por Luiz Vicente Suzin
Uma data muito emblemática para o setor é o Dia Internacional do Cooperativismo, comemorado há 99 anos em todos os continentes no primeiro sábado do mês de julho. É um dia para reflexão, para cultuar a doutrina que fundamenta esse importante segmento social e econômico, para discutir os desafios que uma realidade cada vez mais complexa e crítica impõe a toda a sociedade, mas, também, para festejar as vitórias obtidas por todas as categorias que se organizaram sob a égide da cooperação.
As conquistas e avanços proporcionados pelo cooperativismo são realçados no transcurso do Dia Internacional do Cooperativismo. Essa data permite reconhecer que a cooperativa é a organização humana com a melhor cultura e a maior inclinação para processar, absorver e aprimorar em benefício social as mudanças e as transformações dos novos tempos.
As cooperativas são organizações humanas inspiradas em princípios da conjugação de esforços com objetivos econômicos comuns. Os sete princípios cooperativos, linhas orientadoras através das quais as cooperativas levam os seus valores à prática, expressam com altissonância sua natureza: adesão voluntária e livre, gestão democrática, participação econômica dos membros, autonomia e independência, educação/formação/ informação, intercooperação e interesse pela comunidade.
O cooperativismo está presente, de forma muito intensa e às vezes nem percebida, no cotidiano do catarinense: nos alimentos que ingere todos os dias, no atendimento médico que recebe, nos serviços que usufrui, na energia que consome e na variedade de serviços que tornam sua vida mais segura e confortável.
As 251 cooperativas registradas na OCESC reúnem mais de
3 milhões de associados, demonstrando que grande parcela
da população barriga-verde tem alma cooperativista. A expressão econômica testemunha esse sucesso: as cooperativas catarinenses cresceram 23,3% em 2020 (muito mais que a economia brasileira) e obtiveram receita operacional bruta de cerca de R$ 50 bilhões.
É possível, portanto, constatar que Santa Catarina tornou- se paradigma nacional de eficiência e de cooperativismo.
É a unidade da Federação brasileira com maior taxa de adesão ao cooperativismo. A vocação para a inovação e o empreendedorismo são as qualidades mais proeminentes
do cooperativismo catarinense, ao lado da observância dos princípios universais do cooperativismo. As cooperativas foram pioneiras no desbravamento das regiões, na instalação de centros de produção e na transferência de tecnologia.
Posto à prova nesse dramático período de pandemia, o cooperativismo catarinense tem tido a habilidade necessária para enfrentar as crises e manter a sustentabilidade dos negócios e a viabilidade dos diversos ecossistemas, clusters
e cadeias produtivas. Todos os ramos do cooperativismo inovaram não apenas para sobreviver à crise da pandemia, mas para continuar oferecendo soluções e serviços de qualidade aos milhões de catarinenses. Todos os setores do cooperativismo reagiram aos desafios impostos pela pandemia em ações que reforçam o sétimo princípio do cooperativismo: interesse pela comunidade. Comprova-se assim, mais uma vez, que as cooperativas são, historicamente, parceiras no apoio às políticas públicas de real interesse social e nas demandas comuns das regiões onde atuam.
Em tempos de normalidade ou de pandemia as cooperativas agem e reagem com uma contribuição de trabalho e altruísmo.
Luiz Vicente Suzin, presidente do sistema Ocesc/Sescoop