Coluna Tema Livre
Por Rosan da Rocha - rrocharrosan@gmail.com
É momento de união
As manifestações deste último sábado foram mais do que repúdio a um governo. Foram gritos internos de luto, pesar, tristeza, medo e indignação pelos mais de 16 milhões de infectados e 462 mil mortes que já ocorreram no país, onde muitas dessas vidas poderiam ter sido salvas. Enquanto as passeatas, carreatas e motociclistas que apoiam o presidente pedem a Intervenção Militar, fechamento do STF e do Congresso Nacional, com sua grande maioria de apoiadores negando a pandemia, não usando máscaras e defendendo remédios sem comprovação para a cura da doença, agredindo verbalmente a imprensa e seus opositores, as manifestações deste fim de semana, além de serem em maior número, todos os manifestantes usavam máscaras e, pacificamente, pediam o impeachment do presidente mas, acima de tudo, o fortalecimento da democracia e vacina para salvar vidas.
Infelizmente, em algum lugar, ainda se viu a Força Pública que, nas manifestações em favor do presidente nem estavam presentes e, quando esteve, apenas acompanhou o ato, nesta, sem qualquer motivo, utilizaram bombas de gás lacrimogêneo, balas de borrachas, inclusive cegando pessoas inocentes, para tentar dispersar um evento tranquilo e respeitoso. As Forças Públicas Estadual e Federal não existem para defender este ou aquele político ou governo, ela deve sempre preservar a soberania do país, a liberdade e a vida do povo brasileiro acima de tudo. Seria muito bom que não houvessem duas manifestações pois ainda estamos vivendo uma época de pandemia e, com aglomerações, o vírus se espalha mais rapidamente. Contudo, por outro lado, a maioria da população cansada e desesperada precisa mostrar ao governo Federal o descontentamento dos rumos que a administração do País vem trilhando.
Em nenhum momento recente da história do Brasil se vivenciou tanta agressividade entre pessoas que defendem ideologias, partidos ou políticos diferentes. O país passa por um dos piores momentos de sua recente trajetória política e social, com centenas de milhares de desempregados e, ainda pior, com o aumento da fome.
É momento de união e não de nós e eles. É preciso que se defenda e busque a paz, o emprego, a solidariedade e o cuidado com a vida de todas as pessoas, independente da política. Só assim o povo brasileiro volta a ser livre, pacífico e feliz.