“Todas as pessoas moram em sua terra, mas a minha mora em mim” - Said As, refugiado palestino no Líbano.

Às vezes não damos valor àqueles cafés despretensiosos, onde são contadas histórias e causos de nossas famílias e conhecidos.

Mas é nessas conversas que muitas vezes nos reconhecemos. Através de lembranças, características físicas ou psicológicas. Até mesmo os “códigos familiares” que usamos por costume, mas que na verdade nos ligam de alguma forma às nossas origens.

Assim também acontece com o lugar a que pertencemos. Aquele que está no nosso DNA e no coração. Dessa forma vamos constatando a importância de conhecer nossa ancestralidade como pessoa e cidadão.

Tão importante quanto cultivar essas memórias familiares é cultivarmos essas memórias de nossa terra. É esse amor pelo lugar a que pertencemos que nos permite resgatar e preservar a tradição daqueles que contribuiram para que chegássemos até aqui. Trata-se de uma oportunidade de compreender, inclusive, a nossa própia identidade.

Tornar o desconhecido conhecido cria um laço de afeto, uma ligação íntima que nos faz ter carinho e cuidado por aquilo que pertence a todos. Mas é só através desse conhecimento que conseguimos tornar o distante próximo.

Esse conhecimento deve partir de nossa casa, nossa família, desta maneira, ao expandir esse conhecimento vamos entendendo as interligaçãoes entre famílias e a relação de nossos antepassados com a construção das tradições e histórias da cidade que habita em nós.

Despertar essa curiosidade nas crianças é parte de nossa responsabilidade. Importante se criar o hábito de contar as histórias da família e da cidade, construir memórias afetivas. Dar à criança a sensação de pertencimento.

É essencial conhecer a história para se construir afinidade com as nossas raízes, e assim vamos construindo e enriquecendo a nossa personalidade e cidadania.