Coluna Tema Livre
Por Rosan da Rocha - rrocharrosan@gmail.com
Respeito à vida
A pandemia ainda está muito grave. Passamos de 400 mil mortos e continuamos com alta de mortes diárias pela doença. Atualmente as pessoas mais jovens, sem comorbidades, estão se infectando, falecendo e trazendo maior preocupação aos médicos que atuam nos hospitais ante o crescimento destes pacientes. Mas a governadora de Santa Catarina resolveu afrouxar nas restrições mesmo com 93 MORTES registradas neste fim de semana.
Infelizmente, ainda é preciso manter o isolamento social e o uso de máscara com uma fiscalização rigorosa, pois grande parte da população continua se mostrando irresponsável. Ainda mais porque o Brasil não tem vacinas disponíveis para acelerar a campanha de vacinação e o estado de Santa Catarina é o pior do sul do país na quantidade aplicada.
Tenho percebido que várias pessoas, por decisão própria, relaxaram no uso de máscara e insistem em dizer que o isolamento social não é mais necessário como antes. Isso talvez porque, felizmente, a pandemia não bateu nas suas portas, mas é preciso respeitar a dor dos milhares de amigos e familiares que perderam e ainda perderão seus entes queridos para essa peste.
Pois bem, todos os lugares do mundo que fizeram “lockdown” ou isolamento social acabaram por conter o avanço desmedido da doença. Os que não tomaram esta atitude e conseguiram algum êxito, houve um enfrentamento da pandemia com testagem em massa, identificando rapidamente quem tem a doença, medicando, monitorando, e com toda a população cooperando.
Aqui em Santa Catarina esta atitude não foi realizada por parte do governo e nem da população. Para poder afrouxar nas restrições, que já eram mínimas, primeiro é preciso acelerar a vacinação. Já vimos o que aconteceu no fim do ano passado e no feriado de carnaval. Alguns dias depois os hospitais estavam lotados, com alta de infecção e morte pela Covid-19.
Nos lugares em que os gestores públicos realizaram o isolamento e, depois, afrouxaram mais cedo, se viu um crescente número de pessoas contaminadas, leitos de UTIs insuficientes e muitas mortes.
Não adianta achar que com a vacinação de parte dos idosos a infecção está contida. Isto porque se sabe que a covid atualmente atinge mais as pessoas de meia idade e de forma grave, sem doença pré-existente. Não exigindo que tomem os cuidados necessários, a disponibilidade de leitos nos hospitais novamente lotará e será insuficiente para a demanda.
Ainda é preciso um distanciamento social rigoroso, evitando aglomerações; fechamento de casas noturnas; proibição de qualquer evento social; limitação de horário para bares e restaurantes, restringindo o número de consumidores durante o funcionamento, inclusive em cultos religiosos, e interditar, prendendo em flagrante os organizadores e participantes de festas clandestinas. Mas para tanto é preciso que os gestores municipais tenham coragem e retomem as rédeas das restrições em suas cidades, com muita fiscalização, até que a maioria da população já tenha tomado a segunda dose da vacina.
Recomendar ficar em casa para aqueles que podem, usar máscara mesmo já tendo tomado a vacina e evitar aglomeração é uma questão de humanidade e respeito à vida.