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Por Coluna esquinas -

Língua Solta


Admito que a língua portuguesa tenha lá suas dificuldades considerando que botamos as calças e calçamos as botas. Mas ouvimos frases que doem nos ouvidos quando chegam até nós. Pois bem, preciso contar um equívoco desse colunista.

E não é que na leitura de um texto meu com toda a pompa e respeito ao homenageado mudei a sílaba tônica da palavra pescoço quando o vídeo, que registrava o momento, não poderia ser cortado.  Errar é humano, todos sabemos, mas evitemos os deslizes quando escrevemos em um jornal - cujo plural, inclusive, é jornais – ou quando vivemos de literatura. Então, resolvi assumir o erro e tripudiar dele tendo leitores que moram em uma região que fala istepô, tax tolo e seu modos pexêro que remetem à língua portuguesa do  século XVI como cúmplices de meu equívoco.

Venham comigo: o plural de anel é anéis, o de papel é papéis e o de pastel é pastéis. Só que o de chapéu é chapéus. Por que essa diferença? Porque chapéu termina com u, não com l. Se o plural de chapéu fosse chapéis, o de céu seria céis, e o de meu seria meis. E por ai vamos. Que labirinto linguístico hein?

Calma gente, não é aula de português. Gostaria de aproveitar o tema para pensar sobre o que andam falando as novas gerações. Talvez pareça papo de tio, bem sei, mas rede social é um terreno fértil em se tratando de mudanças radicais na língua.

“kct! vc tmb nunk tah trank, kra.Eh d+, sl. T+ Bjoks. Kaka”. Se você leitor está na mesma situação que esse cronista, precisa de um tradutor simultâneo. Ou não? Pois é. A língua está solta mudando na mesma velocidade da contemporaneidade.  O hibridismo cultural é nossa marca de país. É dinâmica como é a cultura e isso é lindo.

O termo cultura carrega consigo essa multivariedade de comportamentos. Cultura é comer, falar, relacionar-se com o outro de modos diferentes. São pelos hábitos em nosso cotidiano que descobrimos essa mistura colorida que é o nosso país. E esse movimento é muito rápido, dinâmico. Novas gerações mostram outros apontamentos ao lidar com a língua e valores sociais de maneiras diversas. Queiramos ou não são eles os herdeiros do que vivemos e os responsáveis pela mudança cultural.

Não estou querendo justificar meu deslize na língua portuguesa afirmando o hibridismo cultural em nosso país. Apenas desejo apontar os desafios que temos enquanto sociedade que convive com classes, grupos, etnias e gêneros diferentes. Acredito que a realidade é construída, portanto pode ser reconstruída e começar tudo de novo para incluir todos.

Pensando assim, não há um grupo sem cultura, o que existem são culturas diferentes. Todo o humano é ímpar e por mais paradoxal que a frase pareça: só seremos iguais quando respeitarmos profundamente as diferenças.

Fica a dica:

O filme A Excêntrica família de Antônia (Direção: Marleen Gorris. Ano 1996) em que a personagem feminina - que dá nome ao filme – convive com o outro sem estabelecer julgamentos.


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