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Crônicas da vida urbana

Por Crônicas da vida urbana -

Padaria


Função de cronista é registrar os tempos – mas a gente não consegue escapulir muito do “no meu tempo era assim”, com um certo ranço nostálgico – e o receio e preocupação de que, “no meu tempo”, não se tenham feitos os devidos registros...

 

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A padaria é dessas instituições sem as quais não se vive – ou, se viver, é muito menos bom... mais fundamental que os poderosos supermercados e em pé de igualdade com os armazéns.

A começar pelo cheiro que irradia pelas imediações – dá água na boca, a sensação do pão fresco e quentinho. Não sei de quando datam – a panificação, certamente, é muito antiga, talvez até de antes dos tempos bíblicos. Regras relacionadas ao assamento dos pães vêm dos tempos do Êxodo; no Novo Testamento o pão é sinônimo de alimento básico. Na nossa contemporaneidade, passar mal é “passar a pão e água”, isto é, com o estritamente indispensável.

Lembro de uma crônica do Fernando Sabino em “A cidade vazia” (New York) onde morou como jornalista. O assunto era um homem que foi preso por roubar pão – e a ele parecia tanto mais absurdo o motivo da prisão quanto o pão americano seria, para seu paladar, insípido, ainda que cheio de vitaminas e nutrientes: nada que se aproximasse dos pães mineiros aos quais estava habituado: crocantes, perfumados, saborosos...

Mesmo no Brasil dessa época, as opções não eram muitas: o pão-dágua (ou “pão bundinha”), o francesinho e o pão de cachorro quente, todos ainda no mercado – em vitrines convidativas, ao lado de baguetes, pães italianos, caseiros, broa alemã e, sei lá, talvez dezenas de outros. Para não mencionar os tramezzinos, baguetes e croissants... Não vamos falar na Vó Maria, que faz pães que a gente come e pensa “ah, com certeza é o melhor do mundo!”, ainda que não tenha experimentado uma milionésima fração dos pães que se fazem no planeta. Mas os caprichados pães caseiros sempre estarão entre os melhores.

Na verdade, para um raciocínio bem brasileiro – tipo “carro bom é carro zero” – pão bom é pão fresco, saído do forno. Numa vitrine de padaria, não troco os doces mais vistosos – que seriam atributo das confeitarias, essa ambiguidade - pelo pão. Só tenho rejeição ao tal do “pão de hamburguer”, borrachento e com gosto de cortiça – como de resto, não gosto de hambúrguer.

O que mais tem, nas padarias atuais, são vitrines e geladeiras cheias de embalagens vistosas, berrantes, coloridas, com nomes americanizados, e que deveriam estar em embalagens pretas, com caveira e tíbias cruzadas embaixo, e o alerta bem grande: “VENENO!”


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