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Crônicas da vida urbana

Por Crônicas da vida urbana -

Lá vem o bom velhinho


É uma sensação quase de pânico ver surgirem pela cidade os apelos consumistas natalinos. E penso com meus botões: em que momento, e por qual razão essa festa se tornou uma chatice, mais uma na nossa vida urbana?

 

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Certamente, não é apenas a nostalgia do tempo em que significava ganhar brinquedos – livros, no meu caso... -,  fazer e receber visitas, ver nas bancas e livrarias aquelas pilhas de almanaques em envelope de papel craft, tempo de guloseimas então diferentes (panetone, nozes e avelãs, figos e damascos turcos), ganhar no comércio calendários e agendas que nos acompanhariam o ano inteiro, das vitrines decoradas com presépios ingênuos e caprichados, do clima generalizado com músicas, enfeites pela casa, ho-ho-hos pelas ruas e lojas... Nos gibis, eram normais histórias ambientadas em clima natalino, ajudando a criar uma expectativa para a festa.

Um pouco, sim, foi a banalização e comercialização de tudo isso: brinquedos eletrônicos que se tornam obsoletos antes do fim das prestações, as comezainas estão pelos supermercados o ano inteiro, os almanaques foram desvirtuados – e presépios, acho que só em Napoli... Tudo reduzido à expressão mais básica do “compre compre compre”...

Muita coisa, dá pra entender. As crianças não entenderiam mais ganhar aqueles brinquedos de dar corda, tamborzinhos e joguinhos de empilhar blocos de madeira, caminhõezinhos de plástico... Que os brindes natalinos tenham desaparecido, está na mentalidade neoliberal, reduzir investimentos para aumentar lucros. Os almanaques sobreviveram, numa versão melhorada, na Europa, até há poucos anos. Talvez “uma roupa nova para as festas” seja uma permanência, compatível com o esperado aumento das vendas pré-natalinas.

Não acho absurdos os trajes invernais do Papai Noel, afinal vivemos na maior esculhambação climática possível. Nem, em tempos de globalização, se estranha que algumas tiras da Mafalda só sejam compreensíveis sabendo que lá, quem dá presentes são os Reis Magos, e portanto, no início de janeiro. Ou que na Itália, quem presenteia sejam, nada mais nada menos, que umas bruxinhas simpáticas, as Befanas.

Enfim... o quê está faltando? Em certa ocasião, perguntei ao Ziraldo porque seu personagem primoroso “Saci Pererê” não era continuado e reeditado, ele respondeu:

- Não funciona mais, nós perdemos a inocência.

Acho que é isso também em relação ao Natal: o mundo atual é violento, injusto, opressivo, materialista – não há mais lugar para as inocentes alegrias dos velhos tempos...


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