A melhor opção de passatempo num momento como este que estamos atravessando é a leitura. Fazia tempo que não se lia tanto. No meu caso, já que sempre estive envolvido com as letras, nesse tempo de reclusão domiciliar aproveito para organizar minha biblioteca e rever meus escritos. Pude assim observar e cheguei à conclusão que deveria escrever mais um livro. Recapitulei mentalmente desde o tempo de criança o desenvolvimento do setor pesqueiro quando surgiram os primeiros barcos motorizados na Armação de Itapocorói, com intuito de comprar a produção de peixes dos pescadores locais. Isso abriu caminho para que os pescadores artesanais se tornassem marinheiros embarcados.

Logo me veio à mente o título e comecei a escrever ‘CATARINAS EM SANTOS’. Confesso que estou empolgado com o trabalho cuja expressão flui naturalmente de acordo com o tema abordado. É algo inédito para quem não viveu essa época e curioso para os descendentes daqueles pioneiros. Tudo começou no período da Segunda Guerra Mundial, especialmente na década de 1940. Para o povo de Armação foram momentos de muita expectativa com a mudança de vida. A Guerra começou em 1939, justamente quando o então distrito de Penha fazia 100 anos. Não havia energia elétrica nem ruas calçadas, mas o povo vivia bem através da pesca. Tinha até campo de futebol com o time Beira-Mar em atividade. O Beira-Mar F.C., fundado em 3 de maio de 1938, teve seus momentos de glória disputando com os grandes times de Santa Catarina. Foi campeão da Liga Itajaiense de Desportos (LID) em 1963 – quando comemorava seu jubileu de prata.

Revendo meus arquivos encontrei centenas de artigos que escrevi para jornais desde 1968 quando comecei no Jornal de Joinville – órgão dos Diários Associados de Assis Chateaubriant. Teria assunto para escrever ainda muitos livros. Mas agora quero editar em breve ‘CATARINAS EM SANTOS’ – que considero uma das minhas obras primas.