Memórias & Fatos
Por Memórias & Fatos -
E agora!
O mês de maio se foi e as tainhas não vieram. Os pescadores de praia que tinham a perspectiva de uma boa safra – até pelas condições do tempo que nos meses anteriores tinham bons prenúncios. Agora é a vez dos barcos na expectativa de encontrá-las em alto-mar e até, quem sabe, proporcionar uma fórmula de fazê-las acostar. Dizem os antigos que a tainha chega em maio quando dá vento oeste em abril. O vento oeste traz frio e a tainha é peixe do frio. Outros dizem que depende da corrida do peixe na barra do Rio Grande que acontece geralmente em abril. Sobretudo precisa fazer frio no período.
Maio findou e acabou o defeso do camarão. Os pescadores artesanais que contavam os dias para que junho chegasse, com a greve sofreram o problema da falta de combustíveis para os motores das suas embarcações. As empresas compradoras, que sofreram com o mesmo problema, não podiam beneficiar o produto, pelo menos nos primeiros dias de junho. É o chamado efeito dominó: se cai um, caem todos.
A frota de barcos de arrastão, de saída para o alto-mar, teve problema até com o abastecimento de rancho, pois o mercado desabastecido ficou sem condição de atender a demanda de pedidos. Sobretudo os barcos ficaram aguardando o novo preço do óleo diesel mais barato. E o gás de cozinha também amarrou os barcos, pois todos usam e não é só um botijão cada um. Até que tudo se normalize deve haver um período de inflação em muitos produtos – especialmente os hortifrutigranjeiros.
E assim milhares de litros de leite foram jogados fora, milhares de aves morreram por falta de ração e a batata beirando 10 reais o quilo. Se der bastante tainha, vamos trocar a batata pelo pirão que se for escaldado gasta pouca farinha. Pirão de feijão com tainha frita é de fechar as portas.
Para compensar, o mês de junho promete um pouco de alento, contando que a Seleção Brasileira tenha um bom desempenho na Copa do Mundo.