
Editorial
Por Editorial -
A violência da qual nossa equipe foi vítima e o descaso da Polícia Militar
Uma pena que neste dia de festa para nós, itajaienses, quando comemoramos os 152 anos de fundação de Itajaí, o DIARINHO tenha que fazer o registro de uma violência da qual foi vítima dentro do território da nossa amada cidade. Conforme o noticiado na página 7 desta edição (veja também o vídeo acessando www.diarinho.com.br), ontem, um repórter do jornal foi vítima de uma agressão em plena luz do dia e no meio de uma via pública. Pior: teve seu equipamento destruído e o socorro negligenciado pela Polícia Militar.
O repórter fotografava a fachada da casa de um traficante, preso horas antes, quando foi proibido de fotografar pelo cunhado do homem preso. O repórter afirmou que estava em espaço público e continuou o seu trabalho. Neste momento, teve o fio da câmera puxado com violência do pescoço, e antes que fosse esgoelado pelo brutamontes, largou o equipamento. O agressor destruiu a máquina, deu fim no cartão de memória e fugiu levando o que sobrou da mesma.
Até aí, se não tudo bem, seria apenas mais um caso de violência contra a imprensa dentre os tantos noticiados diariamente por esse Brasil afora. Mas o mais impressionante é que o repórter, respondendo ao instinto básico de qualquer cidadão que sofre uma violência, pediu socorro à Polícia Militar, através do 190, e ficou falando sozinho. O jornalista, depois de esperar por mais de 30 minutos pela viatura policial, percebeu que a PM não viria. Um editor do DIARINHO chegou ao local, enquanto a direção do jornal fazia contatos com o alto comando da Polícia Militar, não só em Itajaí, como também em Florianópolis, narrando os fatos. Tudo em vão. Nova promessa de envio de uma viatura ao local, mais um cano da Polícia Militar em nossa equipe.
O caso nos proporcionou a seguinte reflexão: se isso aconteceu à equipe do DIARINHO, que tem voz através de milhares de leitores que acompanham nossas páginas, imagine, leitor, o cidadão simples que mora num bairro periférico e que foi atacado por um bandido. Será que ele poderá contar com a Polícia Militar de Itajaí? O DIARINHO acredita que não.
Diante disso, só nos resta o desespero. Porque se um trabalhador não tem mais o direito de exercer a sua profissão, e se a polícia Militar ignora sumariamente os pedidos de socorro da vítima, sobra o caos.
Final feliz graças à Polícia Civil
Repórter e editor, depois de esperarem no local do crime por quase uma hora a PM, seguiram para a delegacia de Polícia Civil, onde registraram uma queixa. A equipe do delegado Celso Pereira de Andrade, ao ouvir a história, prontamente se dispôs a ir à casa do agressor. Lá encontrou pedaços da câmera destruída e seguiu atrás do destruidor da câmera. O cara tava escondido na casa da mãe, em Penha, e a máquina fotográfica guardada na casa de um amigo.
Depois de preso, ele explicou que não quis roubar a câmera, mas apenasdestruí-la. Acabou autuado pelo crime de dano.
O nosso muito obrigado à Polícia Civil, que provou que Itajaí não é uma terra sem lei.
Não só o jornalista do DIARINHO, mas todas as pessoas de bem têm direito de exercer digna e livremente a sua profissão, e foi isso que a Polícia Civil demonstrou.
Os nossos protestos à Polícia Militar de Itajaí e ao seu comando geral em Florianópolis.
Lamentavelmente, vai mal a Polícia Militar catarinense.