No total, em SC, foram R$ 153 milhões em multas por irregularidades, o que representou 34% das multas aplicadas no país, que somaram R$ 453 milhões.

A empresa Kowalsky Pescados, de Itajaí, lidera o número de infrações com 28 multas que somam R$ 32 milhões desde 2018.

Em 2023, a empresa ganhou repercussão nacional após o Ibama divulgar a apreensão de 27,6 toneladas de barbatanas de tubarão, de espécies que teriam sido capturadas irregularmente, o que a empresa nega. No total, a operação barrou quase 29 toneladas de barbatanas, que seria a maior apreensão do mundo, segundo o Ibama. A empresa contesta judicialmente o caso, defendendo a liberação do produtos que estão retidos no estoque há cerca de três anos.

Também aparece na lista o armador Giovani Genázio Monteiro, de Itajaí, com R$ 11,5 milhões em multas, figurando no 3º lugar do ranking. A defesa do empresário respondeu no levantamento que os órgãos ambientais “se excedem em suas interpretações distorcidas das normas legais, arbitrando multas desarrazoadas e ilegais”. Ainda de Itajaí, está a JS Pescados, da família do ex-secretário Nacional da Pesca e atual senador, Jorge Seif Jr. (PL), somando R$ 6 milhões em multas.

A matéria destaca que a fiscalização reduziu durante o governo Bolsonaro, com o número de multas caindo pela metade após passar de R$ 146 milhões em 2018. Segundo o Ibama, a queda teve a ver com a redução do quadro de pessoal e falta de embarcações pra fiscalização. No governo Lula, as multas voltaram a subir, chegando a R$ 135 milhões.

RS na lista suja também

O estado do Rio Grande do Sul aparece na vice-liderança, com R$ 143 milhões em multas no período. Amazonas (R$ 37,6 milhões), Ceará (R$ 28,5 milhões), e Pará (R$ 20 milhões) completam a lista de campeões em infrações no setor pesqueiro. Cerca de 30% das embarcações pesqueiras estão registradas em SC, que também concentra o maior número de empresas do setor no Brasil. A atividade movimentou mais de R$ 5 bilhões entre janeiro e outubro de 2023. As multas recaem sobre diversos tipos de irregularidades, como problemas com licenças, venda de espécies proibidas, captura com apretrechos e técnicas não-autorizados e desrespeito aos períodos de defeso das espécies.