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Por Coluna Existir e Resistir -

Dia Nacional do Samba: o que seria do Brasil sem este gênero musical?


O samba nasceu nas senzalas em meados do século 19 como uma expressão das dores e dos amores dos seres humanos escravizados por quase quatro séculos no Brasil, último país do Ocidente a abolir o regime escravista e, ainda assim, sem considerar esses trabalhadores no pós-Abolição. Mas o ritmo, genuinamente brasileiro, vem se reinventando e cantando as mazelas da classe trabalhadora.

 

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Perseguido pelas elites por suas influências de matriz africana, esse gênero musical nasceu com um gingado muito especial porque, como explica o estudioso Roque Souza, os escravizados “não podiam ter instrumentos para realizar seus batuques, então começaram a utilizar os pés e as mãos – enfim, o corpo todo – para cantar suas dores e alegrias. Cantando e dançando, assim nasceu o samba de roda na Bahia, ainda no século 19”.

O Dia do Samba nasceu também na Bahia como uma homenagem ao compositor mineiro Ary Barroso (1903-1964), radicado no Rio de Janeiro. Um vereador de Salvador conseguiu aprovar na Câmara Municipal o Dia do Samba. Tudo por causa da música “Na Baixa do Sapateiro” (1938), de Ary. A canção cita a Bahia, mesmo sem que o compositor tivesse pisado em solo baiano, o que aconteceu somente em 2 de dezembro de 1940. Em 1963, o presidente João Goulart (1919-1976) instituiu o Dia Nacional do Samba nessa data.

Muito perseguido pelas elites dominantes, o samba ganhou corações e mentes das classes populares e se firmou como o mais popular ritmo genuinamente brasileiro, utilizado pelo governo de Getúlio Vargas (1882-1954) nas décadas de 1930-40 para reforçar a identidade nacional e transformar o Brasil numa nação única.

“Como tudo o que está relacionado à população negra e à nossa cultura, o samba foi muito perseguido e discriminado ao longo de sua história”, explica a cantora e compositora Leci Brandão, deputada estadual de São Paulo pelo PCdoB.

“O mesmo aconteceu com o candomblé, com a capoeira e com todas as manifestações de origem negra em nosso país. Apesar de ter havido mudanças, a discriminação contra o nosso povo continua e com a nossa cultura também”, acentua Leci. E ainda hoje tem gente que chama a luta antirracista de mimimi.

A Covid-19 atingiu em cheio os sambistas neste ano. Grande número de artistas que tocam em bares noturnos ou acompanham grandes nomes em shows ficou sem renda. Muito porque grande parte desses artistas não têm contrato de trabalho com carteira assinada e muitos trabalham com o regime de pessoa jurídica, fornecendo notas fiscais. Todo esse contingente se viu sem trabalho e sem renda por causa do isolamento social.

Inclusive o Carnaval, que se transformou na festa mais popular do país ao se casar com o samba no início do século 20, se viu em dificuldades, por que a folia teve de ser adiada até existir vacina contra a Covid. As escolas de samba tiveram de se reinventar para sobreviver à crise sanitária e ao preconceito existente ainda no século 21 contra a cultura popular.

Muitos grandes nomes da música popular brasileira transformaram o samba nesse ritmo amado no mundo inteiro. O gênero acompanha todas as grandes transformações pelas quais o Brasil vem passando ao longo de sua história. O samba conta a história do país sob a perspectiva da classe trabalhadora. Por isso não é preciso “não deixar o samba morrer”. Ele permanece vivo no cérebro, no coração e nos pés de todos os brasileiros que sonham e lutam por um país mais igual.

Texto de Marcos Aurélio Ruy retirado de https://ctb.org.br/noticias/cultura-a-midia/dia-nacional-do-samba-o-que-seria-do-brasil-sem-esse-genero-musical/ em 02/12/2020


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